Diário da República escrito segundo acordo ortográfico a partir de Janeiro - TVI

Diário da República escrito segundo acordo ortográfico a partir de Janeiro

Imigrantes em Vila de Rei. Foto de Paulo Cunha para Lusa

Governo vai discutir na Cimeira Luso-Brasileira a elaboração de todos os documentos oficiais de Portugal e do Brasil segundo a nova grafia

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O responsável pelo site Ciberdúvidas, José Mário Costa, considerou positivo e simbolicamente importante que o Governo vá discutir na Cimeira Luso-Brasileira a elaboração de todos os documentos oficiais de Portugal e do Brasil segundo o Acordo Ortográfico.

Fonte governamental portuguesa adiantou segunda-feira à agência Lusa que o Diário da República de Portugal deverá ser escrito segundo o Acordo Ortográfico já a partir de Janeiro de 2009.

«Acho que é positivo porque independentemente de em Portugal haver um período de transição para que várias entidades a começar pelas editoras, estruturas educativas, os jornais, as pessoas irem-se adaptando, é necessário que a partir de determinada altura simbolicamente o Acordo Ortográfico ao nível do Estado esteja adoptado e isso levanta uma questão importante e que não está resolvida», adiantou José Mário Costa.

No entender do responsável pelo site Ciberdúvidas, espaço na blogosfera que se define como sendo de esclarecimento, informação, debate e promoção da língua portuguesa, o Acordo Ortográfico não resolve uma série de questões à volta da grafia das palavras.

«Temos de perceber se se vai manter em volta de determinadas palavras a dupla grafia como por exemplo comummente, se vamos escrever como os brasileiros sem (M), ou seja, com um (M) só ou vamos manter a dupla grafia com dois (M)», frisou.

Síndrome nacionalista

José Mário Costa sublinhou estar a favor de um Acordo Ortográfico, que considera fundamental para a língua portuguesa de forma a acabar com a oficialização das duas grafias.

Não havendo uma grafia única, «nenhuma língua que pretenda como pretende legitimamente o português carácter nacional resiste a uma diversidade de ortografia», disse.

«No entanto, acho que o Acordo Ortográfico não é o melhor, tem uma série de deficiências. Isto para dizer que é necessário um vocabulário comum, é necessário que uma comissão que estabeleça como é que se escrevem as palavras», disse.

José Mário Costa diz que muitas pessoas que respeita e que são anti-Acordo Ortográfico sofrem de «uma síndrome nacionalista». «Julgam que a língua ainda é deste cantinho à beira-mar plantado e não é. A língua pertence a oito povos e em particular aos países onde há mais falantes (...)», referiu.
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