Sócrates: «Queremos convictamente o Estado social» - TVI

Sócrates: «Queremos convictamente o Estado social»

Partido Socialista apresentou programa eleitoral para próximas eleições

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Sair da crise sem perder o Estado social. Este é o vector condutor do programa eleitoral apresentado esta quarta-feira à noite pelo PS (leia aqui em PDF). O secretário-geral do partido, José Sócrates, apontou «três prioridades» a seguir: «relançar a economia e promover o emprego; modernizar a economia e o país; desenvolver as politicas sociais e combater as desigualdades». O secretário-geral socialista foi deixando ainda críticas implícitas ao PSD, quase todas no mesmo tom: «Não precisamos de esconder as nossas ideias».

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«Há quem não tenha, até agora, apresentado uma ideia, e suspeito que a razão seja porque as ideias que tem, verdadeiramente, não são apresentáveis: fazer as classes médias pagar duas vezes os serviços de saúde, privatizar a segurança social, revogar os apoios sociais», disse o líder socialista, perante muitas dezenas de apoiantes, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, recusando uma ideia de «Estado mínimo».

«É claro que os que defendem o Estado mínimo talvez sintam necessidade de esconder o que defendem. Mas nós reafirmamos a nossa posição: nós queremos convictamente o Estado social», anotou. Para José Sócrates, o objectivo principal é dar «resposta aos efeitos da crise».

«Internacionalização da economia»

Aqui entra a promessa de «apoiar as pequenas e médias empresas» e «um pacto para a internacionalização da economia portuguesa». E também «um pacto para o emprego», com «a garantia de um mínimo anual de 25 mil estágios dirigidos a jovens desempregados» que não tenham condições para aceder ao subsídio de desemprego. A aposta na tecnologia e nas energias renováveis são também sectores que merecem especial atenção.

O actual primeiro-ministro pretende ainda reforçar alguns dos programas já lançados, como as Novas Oportunidades e o Plano Tecnológico da Educação, estando prevista também a duplicação da Rede de Cuidados Continuados e do número de creches com horário alargado.

Do programa consta ainda o alargamento do ensino obrigatório até 12º ano, com a existência de bolsas de estudos para os alunos mais necessitados, ter todas as crianças de cinco anos de idade no jardim-de-infância e alargar o programa de saúde oral a todas as crianças entre os 4 e os 16 anos.

«Perseguição social dos ricos»

Entre as propostas está ainda um novo apoio público «para reduzir o risco de pobreza entre as famílias trabalhadoras com filhos a cargo», assim como a criação de uma Conta Poupança-Futuro, «para promover a natalidade, para estimular a poupança, para promover a autonomia dos jovens».

Além do reforço da educação e saúde pública, José Sócrates comprometeu-se com «uma justiça mais célere» e o reforço das forças segurança». Mas também com «a reforma fiscal a favor das classes médias», que, segundo defendeu, se traduzirá em «mais oportunidades para todos» e na redução de desigualdades sociais». E, sobre este ponto, o líder do PS voltou a apontar o dedo a Manuel Ferreira Leite, sem nunca mencionar o nome da líder do PSD, mas citando-a.

«Ouvir dizer que estas medidas são uma "perseguição social dos ricos" é ouvir a mesma conversa gasta, que considerou "irresponsável" o aumento do salário mínimo e "demagógico" o complemento solidário para idosos», disse.

Antes de José Sócrates falaram o socialista António Vitorino, a escritora Isabel Alçada, o economista Cadeira Cabral e o presidente da Federação Nacional de Médicos, Mário Jorge Neves.
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