João Cravinho assume que é maçon

O antigo ministro socialista das Obras Públicas João Cravinho revelou que é maçon há 15 anos e defendeu que os maçons devem assumir publicamente essa filiação quando exerçam funções em órgãos de soberania ou em cargos de «confiança» pública.

João Cravinho falava aos jornalistas à saída do Tribunal de Monsanto, Lisboa, onde foi chamado a depor como testemunha pelo arguido e ex-reitor da Universidade Independente (UNI), Luiz Arouca, seu antigo colega do curso de engenharia no Técnico de Lisboa.

Questionado sobre as ligações entre a política e a maçonaria, João Cravinho disse partilhar da «voz autorizada» e do «bom senso» de António Arnaut (antigo grão mestre do Grande Oriente Lusitano/GOL), que aconselhou os maçons a assumirem publicamente essa condição quando estão investidos em certas funções públicas.

João Cravinho aproveitou a ocasião para declarar que está filiado na Maçonaria e que, partilhando desses ideais há cerca de 15 anos, nunca presenciou qualquer sessão que não fosse por motivos «honrosos» ou «justificados», razão pela qual não vê obstáculos a que haja uma divulgação voluntária dessa filiação por parte dos maçons.

O antigo ministro e deputado socialista disse entender que certas funções em órgãos de soberania ou em cargos em que há «confiança» pública nos seus titulares deve levar tais pessoas a declarar a sua filiação na Maçonaria.

João Cravinho admitiu, inclusivamente, que essa questão possa vir a ser regulada pela legislação sobre registo de interesses.