PS: «Estas medidas não são as da troika» - TVI

PS: «Estas medidas não são as da troika»

«Nem o caminho que o PS escolheria para Portugal», avisa António José Seguro

«As medidas que anunciou ontem ao país não são as medidas constantes no memorando da troika, nem no Orçamento do Estado, nem o caminho que o PS escolheria para Portugal». António José Seguro inicia assim o debate quinzenal, esta sexta-feira, no Parlamento, no dia seguinte à declaração de Passos Coelho que irá retirar o subsídio de Natal e de férias aos funcionários públicos e pensionistas.

Para o líder do Partido Socialista, as medidas anunciadas ontem à noite «são violentas e injustas, em particular para vive do rendimento do seu trabalho e pensões». Mais: «Um golpe fortíssimo na já debilitada classe média».

Pelo contrário, «nada foi exigido aos capitais e empresas que tem mais lucros em Portugal».

Seguro considera que estas medidas são «escolhas do PSD e do CDS», «e não do PS». «E surpreenderam os portugueses, porque não correspondem, nem de perto nem de longe, às promessas eleitorais que fez. Ganhou as eleições com base em promessas que não está a concretizar», acusou.

PS exige conhecer o desvio

Lembrando que o primeiro-ministro utilizou o desvio orçamental deste ano como argumento para as novas medidas, o líder socialista exigiu um «esclarecimento detalhado» sobre qual é esse desvio, duvidando das contas que estão a ser feitas pelo Governo. «Não digo que não exista um défice, o que nos separa é a estimativa que o primeiro-ministro faz do défice, que não é a nossa».

António José Seguro acusou Passos Coelho de ser «co-autor e co-executor» do Orçamento de Estado para 2011, pelo que era o «candidato que mais informação tinha sobre as contas públicas».

Interrompido várias vezes pela bancada do PSD, o socialista afirmou que o primeiro-ministro «não pode alegar desconhecimento». «É altura de se responsabilizar e deixar-se de desculpas para governar».

Para Seguro, o Governo está a cometer um «erro gravíssimo» ao «somar recessão à recessão», «a matar o crescimento económico, o emprego e as empresas».

«Não disse nem uma palavra sobre o papel que os bancos devem ter no financiamento das nossas empresas. Nada serve os trabalhadores trabalharem mais se as empresas não tiverem dinheiro para se financiarem», frisou.

Irritado com as interrupções dos deputados sociais-democratas, Seguro chegou a desabafar: «Assim não vamos lá...» No entanto, concluiu a sua intervenção garantindo que «o PS estará à altura das suas responsabilidades», depois de já esta semana ter afirmado que a probabilidade de o seu partido votar contra o Orçamento de Estado para 2012 ser de «0,0001%».
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