“Pontos precisam-se”. Este foi o slogan de um jogo que opôs duas equipas a atravessar ciclos negativos.
De um lado, um Portimonense que não ganhava há quatro jogos (três derrotas e um empate); do outro, um Vizela que, apesar da vitória na ronda 21 em Barcelos, teimava em não sair do último lugar da tabela.
E, em abono da verdade, essa necessidade, essa vontade de ganhar três pontos preciosos na sempre incerta luta pela manutenção, viu-se durante todo o jogo.
Portimonense e Vizela deram um bom espetáculo, mexido, com a incerteza a pautar um resultado que, no final, não haveria de sorrir a ninguém.
Ou melhor: o nulo acaba por beneficiar mais o Portimonense, tanto por estar melhor na classificação, como por ter jogado parte da segunda parte com menos um.
Os algarvios entraram melhor no jogo: durante os primeiros 10 minutos, dominaram a seu belo prazer e até podia ter marcado logo à passagem do minuto 5, mas o remate de Jasper, dentro da área, saiu fraco e ao lado.
Soaram os alarmes do lado vizelense: os comandados de Ruben la Barrera conseguiram equilibrar a partida e dispuseram da melhor oportunidade da primeira parte.
À entrada da área, o capitão Samu rematou com força, obrigando Nakamura a esticar-se para defender uma bola que ainda bateu no poste antes de sair.
Até ao intervalo, o jogo foi de parada e resposta.
Ora, ameaçava o Portimonense (Buntic fez, aos 32m, uma dupla defesa de grande qualidade, evitando golos de Dener e Berto), ora ameaçava o Vizela – também com duas chances, na mesma jogada, valendo os cortes de Alemão e Formiga.
A segunda parte prometia, mas a qualidade de jogo baixou consideravelmente. Para que tenha uma ideia, o primeiro lance de real perigo apenas surgiu ao minuto 64.
Midana, acabado de entrar, ainda marcou para o Portimonense, mas a jogada foi anulada por fora de jogo do jovem ponta de lança dos algarvios.
Logo a seguir, a equipa de Paulo Sérgio voltou a estar perto do golo.
Se, na primeira parte, tinha sido o Vizela a atirar ao poste, na segunda foi o Portimonense. Lançado por Dener, Jasper ficou em boa posição e rematou com estrondo ao ferro.
Até que, chegados ao minuto 69, tudo mudou. Pedrão foi expulso por falta sobre Essende e o Portimonense teve de jogar o resto do jogo reduzido a 10.
A partida, que estava equilibrada, acabou, com naturalidade, por cair mais para o lado do Vizela.
Os visitantes podiam ter marcado aos 80m, mas, mais uma vez, a bola foi ao poste, após um corte defeituoso da defesa do Portimonense.
O nulo não foi desfeito: o Vizela perdeu uma boa chance para ganhar fôlego na luta pela manutenção; o Portimonense, apesar de mais tranquilo, também continua apenas com mais um ponto do que o Estrela da Amadora, 16º classificado.