Procura de obrigações hipotecárias da CGD quase triplica oferta

Em cerca de duas horas, foram recolhidas ordens de investidores num montante de 5,8 mil milhões de euros, quase o triplo da oferta, o que mostra a boa receptividade deste produto.

O custo da emissão permite uma poupança de 15 pontos base face a outras fontes de financiamento para a mesma maturidade. «Para o montante emitido de dois mil milhões de euros, representa uma poupança anual de cerca de três milhões de euros ao longo da vida da operação», refere José Ramalho, administrador da entidade bancária.

O preço final da operação, com um cupão fixo de 3,875 por cento, situa-se 4 pontos base acima da curva «swats», ou seja, um ponto base inferior à indicação do preço inicial. De acordo com o administrador da CGD, esta operação está a contribuir para a dinamização do mercado de capitais. «O mercado estava meio adormecido e apesar de ter sido lançado OPV¿s à Galp e à Portucel, não havia nada deste género obrigacionista», acrescenta.

Nova emissão poderá realizar-se em 2007

Os títulos foram colocados junto de 134 investidores da Europa e da Ásia, tendo a dívida da CGD sido subscrita pela primeira vez em mercados como a Coreia, Taiwan e Cazaquistão. «Assistiu-se a uma forte participação de seguradoras, fundos, bancos centrais e bancos em geral», acrescenta o responsável.

Esta operação tem uma maturidade de 10 anos e insere-se num programa de obrigações hipotecárias que vai envolver um montante total de 10 mil milhões de euros. Ainda não há calendário para a emissão das restantes obrigações, no entanto, Pedro Ramalho garante «que está em condições de lançar forma ágil uma nova emissão», não excluindo a hipótese de lançar uma nova emissão já em 2007.

O administrador da CGD reconhece que, devido ao êxito desta operação, «há outros bancos que estão a preparar-se para lançar uma emissão de obrigações hipotecárias semelhante».