Recessão agravada: «Não podia ser de outra forma» - TVI

Recessão agravada: «Não podia ser de outra forma»

«Portugal terá dificuldades em inverter o ciclo económico actuando por si só», diz economista

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A economia portuguesa deverá registar este ano uma contracção de 3,5 por cento, com «paralelo» apenas na «recessão de 1975», de acordo com as novas previsões do Banco de Portugal (BdP) e segundo o economista do Informações de Mercados Financeiros (IMF), Filipe Garcia, «não poderia ser de outra forma, dado o carácter aberto da economia portuguesa, o sentimento dos agentes económicos e as dificuldades de financiamento».

Esta revisão do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano «acaba por ser uma reacção aos novos dados recolhidos e é um valor mais alinhado com os dos principais parceiros europeus», refere o economista.

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Note-se que os agentes económicos estão agora acostumados a encarar as projecções mais recentes do BdP como sendo «mais adaptativas do que prospectivas, pelo que esta forte revisão em baixa em nada os surpreende, apenas peca por tardia», disse.

Desagregando a projecção, verifica-se que os recuos no investimento e no consumo privado são os principais responsáveis pela contracção prevista em 2009, «o que denota bem o pessimismo e falta de capacidade financeira dos agentes económicos». Diz Filipe Garcia que em termos de comércio externo «existirá uma quebra substancial, tanto nas exportações como nas importações».

É necessário agir de forma conjunta

Na opinião do economista, «Portugal terá dificuldades em inverter o ciclo económico actuando por si só». Ou seja, «da mesma forma que foi arrastado para a situação actual pelos desenvolvimentos da economia mundial, também estará dependente de uma melhoria na envolvente económica externa para inverter o ciclo económico».

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Sem prejuízo de reestruturações internas que o país poderá efectuar e de políticas que mitiguem o impacto social da crise e que não devem deixar de ser seguidas, «é muito discutível que políticas orçamentais ainda mais expansionistas possam produzir efeitos virtuosos e duradouros na economia portuguesa», conclui Filipe Garcia.
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