Prestações de crédito à habitação vão subir novamente em Junho - TVI

Prestações de crédito à habitação vão subir novamente em Junho

Crédito cada vez mais caro por causa dos juros

Média da Euribor a seis meses representa um agravamento mensal de nove euros num empréstimo de 150 mil euros, face ao custo do mês anterior

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As taxas Euribor, que servem de referência à quase totalidade dos empréstimos à habitação, voltaram a subir em Maio, o que irá agravar o custo dos empréstimos a contrair em Junho e os antigos empréstimos que sejam revistos no mês que se inicia amanhã.

Na última semana, as taxas de juro têm continuado a subir, estando agora ao nível mais alto desde Dezembro de 2000, tendência que se poderá agravar com o aumento da inflação na zona euro (ver segundo texto), que retira margem de manobra ao Banco Central Europeu (BCE) para reduzir as suas taxas directoras, avança o «Público».

A média da Euribor a seis meses, a mais utilizada em Portugal, atingiu em Maio 4,897, mais 0,102 pontos percentuais que a média do mês anterior. A subida de Maio face a Abril é cerca de metade da verificada em Abril face a Março, em que a variação foi de 0,202 pontos percentuais. Em termos práticos, a subida de Maio representa um agravamento em cerca de nove euros mensais num empréstimo de 150 mil euros, a 25 anos, com um spread (margem do banco) de 0,7 por cento, de acordo com uma simulação feita no Portal do Cliente Bancário, do Banco de Portugal. Face à media da Euribor a seis meses de Março, o acréscimo da prestação é de cerca de 27 euros.

A tendência evidenciada nos últimos dias não é animadora. A última cotação do mês (já não a média) foi de 4,928 por cento, caminhando, assim, a passos largos para os cinco por cento, o que contrasta com os dois por cento a que encostou nos primeiros meses de 2005.

Inflacção acelera

A média mensal da Euribor a três meses, outro prazo bastante utilizado nos empréstimos nacionais, atingiu em Maio 4,857 por cento, mais 0,074 pontos percentuais que o valor apurado em Abril. A média da Euribor a 12 meses fixou-se nos 4,994 por cento, 0,174 por cento mais que no mês anterior. Há mais de uma semana que a Euribor a um ano quebrou a barreira dos cinco por cento, tendo fechado ontem nos 5,093 por cento.

O custo do dinheiro não tem parado de subir e a perspectivas de curto e médio prazo não são animadoras. Tudo porque a subida do petróleo e dos bens alimentares continuam a acelerar a taxa de inflação, que se distancia cada vez mais do valor desejado pelo BCE, que é de dois por cento. A autoridade monetária europeia tem dito, repetidas vezes, que a sua principal preocupação é travar as pressões inflacionistas, o que afasta qualquer possibilidade de descida de taxas de juro. Os sinais de enfraquecimento da actividade económica na zona euro desaconselham uma subida das taxas de juro, mas a situação começa a ser difícil de gerir por parte dos BCE, que tem manifestado indisponibilidade para rever o objectivo fixado para a inflação.
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