Sector da construção sofre quebra de 3% em 2005 - TVI

Sector da construção sofre quebra de 3% em 2005

Entulho (Arquivo)

O sector da construção em Portugal teve uma quebra na produção de três por cento em 2005, menos 0,5 pontos percentuais que em 2004, tendência negativa que se regista pelo quarto ano consecutivo, revela um estudo hoje divulgado.

«O sector atravessa uma fase de recessão persistente, com a produção a ter, desde 2002, taxas anuais negativas, em termos reais, não se prevendo uma recuperação para 2006», indica um estudo de análise sectorial sobre a «Construção» em Portugal, elaborado pela consultora DBK, empresa espanhola do Grupo Databank especializada em análise e informação sectorial.

Segundo a DBK, «a queda observada em 2005 no número de licenças para construção de novas habitações em Portugal afectará a curto prazo a actividade do mercado da habitação residencial, para o qual se prevê uma quebra na produção de 4 por cento no final deste ano».

No sector das obras públicas também se espera «o prolongamento da tendência de baixa da produção», devido à redução do número de concursos públicos em 2005 e ao corte dos investimentos no âmbito do PIDDAC-2006 (Programa de Investimentos e Despesas da administração Central).

Já a construção de edifícios não residenciais deverá manter a tendência a curto prazo de crescimento moderado, sustentada na construção de edifícios privados, nomeadamente nos sectores comercial e turístico.

O estudo revela ainda que em 2005 todos os segmentos de actividade-construção residencial, não residencial e obras públicas denotaram quebras na produção, se bem que o pior comportamento se verificou na construção de habitações, com uma quebra de 4,5%.

O número de habitações concluídas situou-se em aproximadamente 59.000, contra os 120.000 um ano antes, enquanto o número de licenças para nova construção de habitação foi de 73.000, face às 93.000 atribuídas em 2002.

A produção nas obras públicas caiu 3% no ano passado, enquanto que a construção não residencial, que durante 1999/2004 registou taxas de crescimento anuais positivas, contabilizou uma quebra de 0,3%.

Em 2005 operavam no sector da construção em Portugal 49.843 empresas licenciadas com alvará e/ou título de registo, mais 7,2% que no ano precedente.

Mais de um quinto (20%) das empresas com alvará localizam-se em Lisboa, seguindo o Porto, Leiria, Setúbal e Faro.

Estes cinco distritos concentraram 57% do total das empresas em 2005.

O sector da construção empregava mais de 554.000 trabalhadores, mais 1,1% que em 2004, evolução que rompeu com a tendência para a diminuição registada no biénio de 2003/2004.

O estudo da DBK destaca ainda que se regista «uma lenta mas gradual tendência para a concentração» por parte das empresas que operam no sector da construção.

Assim, a quota de produção conjunta das dez primeiras empresas subiu de 16,4 por cento em 2003 para 18,4% em 2005.

A Mota-engil, Sonmague, Teixeira Duarte, Construtora do Tâmega e Soares da Costa são as primeiras cinco empresas do sector, detendo em conjunto mais de 12% da produção total.
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