Venda de medicamentos nas farmácias cai 8%

A venda de medicamentos nas farmácias portuguesas desceu 8,3 por cento em Janeiro, uma quebra que preocupa a indústria, que espera que o Governo seja sensível à crise e não legisle para «prejudicar» os laboratórios.

«Em épocas muito conturbadas, como a que estamos a viver, às vezes é melhor nem mexer», disse o presidente da Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma), num encontro com a comunicação social, citado pela Lusa.

Nesse encontro foram divulgados os dados da venda de medicamentos em ambulatório (farmácias de venda ao público), os quais indicam que, em Janeiro, as vendas desceram 8,3%.

Para João Pedro Lopes, os números são ainda mais surpreendentes por se tratar de um mês em que a gripe costuma conduzir a elevados consumos de medicamentos.

Estes valores resultam de «medidas restritivas dos últimos anos e do actual contexto de crise económica», segundo a indústria farmacêutica.

João Pedro Lopes lamenta que o mercado esteja estabilizado há cinco anos, assim como a comparticipação dos fármacos pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS).

De acordo com a Apifarma, a crise já vem desde 2008, durante o qual os encargos do Estado com medicamentos em ambulatório praticamente foram iguais aos do ano anterior: 1.473 milhões de euros.

A indústria farmacêutica espera, assim, que o Governo não mexa no regime de comparticipação dos medicamentos, o que deveria acontecer em Abril.