Pedido de esclarecimento da Sonae não sugere revisão da OPA

À margem da conferência da «The Economist», o presidente do grupo Sonae disse que a solicitação feita ao regulador do mercado «não tem nada a ver com o preço da OPA».

Recorde-se que a Sonaecom requereu à CMVM que diga se, no caso de a assembleia-geral da PT votar contra as propostas destinadas a viabilizar a Oferta Pública de Aquisição (OPA), a empresa não poderá pedir uma prorrogação do prazo da oferta e aumentar a contrapartida. Segundo uma solicitação divulgada no site do regulador do mercado português, a Sonaecom pede ainda à CMVM que diga se, no caso das propostas destinadas a viabilizar a OPA serem chumbadas, não poderá lançar nova oferta nos 12 meses subsequentes. Por último, e caso a OPA saia viabilizada da assembleia-geral da PT, a Sonaecom pretende saber se não poderá reduzir posteriormente a condição de mais de 50% de aceitação.

A Sonae invocou a necessidade de esclarecer os accionistas da PT para ter feito este pedido à CMVM. Mas Belmiro de Azevedo diz não ser o único a considerar que os accionistas da empresa estão a ser «induzidos em erro».

«No grupo Sonae são poucas as pessoas que falam sobre o tema, mas essas não são afirmações exclusivas do grupo Sonae. Há muitas instituições financeiras que têm emitido opiniões e que não têm nada a ver com o que os media reportam permanentemente», alegou.



Quando questionado se estava confiante no sucesso da OPA, Belmiro de Azevedo escusou-se a grandes comentários, limitando-se a afirmar que a Sonae está «a usar o tempo que tem para tomar uma posição até dia 27», data em que termina o prazo para a empresa rever ou não o valor da oferta sobre a PT.

«Isto é um tempo de estudo reservado e é praticamente proibido falar sobre o tema», ironizou.