Associação Empresarial de Portugal (AEP) criou um «grupo de reflexão» que vai reunir já esta semana para procurar uma «solução de consenso» para a sucessão de Ludgero Marques à frente da associação.
Em declarações à «Lusa», fonte próxima da direcção da AEP revelou que este «grupo restrito de reflexão» foi proposto e é liderado pelo actual presidente da AEP, Ludgero Marques.
Além do líder da Cifial, o grupo integra, entre outros, os empresários e vice-presidentes da associação Alberto Mesquita (da Mesquita & Filhos) e José Manuel Fernandes (da Frezite).
O objectivo é encontrar uma solução de continuidade para a presidência da AEP, ocupada há 23 anos por Ângelo Ludgero Marques.
Garantindo estar ainda em curso o processo de escolha de uma nova liderança para a AEP, a fonte não confirmou as recentes notícias que apontam Adalberto Neiva de Oliveira (da Cabelte) como o mais provável sucessor de Ludgero Marques.
A amizade que une o empresário do grupo Quintas ao líder executivo da AEP, Couto dos Santos, é um dos factores apontados a favor de Neiva de Oliveira, mas, contactados pela Lusa, nenhum dos dois quis comentar o assunto.
Nada de concreto em relação à sucessão
Relativamente ao também falado Paulo Nunes de Almeida, empresário têxtil, líder da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP) e igualmente vice-presidente da AEP, a fonte referiu apenas o seu assumido empenho na procura de uma solução de consenso.
Nunes de Almeida garantiu não haver «nada de concreto» relativamente à sucessão de Ludgero Marques, afirmando que esta «é uma questão que está a ser estudada».
«Não sou candidato e nem sei se haverá alguém que o seja neste momento», sustentou, considerando ser «ainda prematuro avançar com nomes», antes do final do mandato do actual presidente.
Ainda assim, o empresário deixou em aberto a sua eventual disponibilidade, «dependendo da posição do conselho geral (da AEP) relativamente a uma figura de consenso".
Ângelo Ludgero Marques, que preside desde 1985 aos destinos da AEP, anunciou oficialmente a sua decisão de não se recandidatar na última reunião do conselho geral da associação.
Depois de, por diversas ocasiões, ter já afirmado que gostaria de ser substituído à frente da estrutura associativa, em 2005 o empresário justificou a sua última recandidatura com os novos projectos da AEP, cuja «extrema importância» não lhe permitiam «abandonar a instituição» naquele momento.
Disse ainda ter tido em conta os apelos de vários empresários para se manter no cargo.
Fundada em 1849, a antiga Associação Industrial Portuense tem sede no Porto e cerca de 2.300 empresas associadas.
AEP cria grupo de reflexão para encontrar sucessor de Ludgero Marques
- Redação
- Lusa/SPP
- 7 fev 2008, 19:27
Actual presidente dirige associação há 23 anos
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