Produção do carro mais barato do mundo pode estar em risco (fotos e vídeo)

A produção do carro mais barato do mundo, o Nano, pode estar em risco. A fábrica que a Tato Motors está a construir em Singur, na Índia, tem sido alvo de manifestações nos últimos dias que já obrigaram à mobilização de três mil polícias para o local.

O Nano será produzido a um custo unitário de cerca de 1700 euros e promete revolucionar o mundo automóvel na Índia e não só, avança a «TSF».

Com 3,1 metros de comprimento, 1,5 de largura e 1,6 de altura, o Nano é um monovolume de quatro portas que, segundo a Tata Motors, irá revolucionar o conceito de mobilidade de milhões de indianos e um pouco no mundo inteiro.

Simples e compacto, o Nano não tem ar-condicionado nem direcção assistida mas tem um motor de 623 cc, faz 20 quilómetros com um litro de combustível e pode chegar até aos 105 km/hora.

O painel é simples e tem apenas os indicadores básicos como o indicador de combustível, velocidade e nível do óleo. E, segundo garante a Tata, o Nano oferece espaço suficiente para quatro pessoas e tem boa condução tanto no trânsito da cidade como nas áreas rurais.

Não é um Jaguar mas por 1700 euros, o preço a que vai ser comercializado, o Nano vai certamente apelar ao bolso de muitas famílias indianas, com menor poder de compra.

É pelo menos com isso que conta a Tata Motors, depois de uma observação atenta ao mercado indiano, em que milhões de pessoas usam motocicletas para transportar famílias de até quatro pessoas mais a bagagem.

A construtora garante ainda que o modelo atende as normas de segurança internacionais, com a carroçaria a apresentar zonas de deformação e portas reforçadas para situações de colisão lateral.

Por causa do preço, o Nano já recebeu a alcunha de «carro do povo» e, apesar de ainda não estar no mercado, já pôs concorrentes como a Volkswagen, Toyota, Honda ou Fiat a pensar numa alternativa para mercados emergentes como o da Indía.

Contestação aumenta

Mas nem tudo tem sido fácil na produção do Nano. A construtora indiana previa colocar à venda, ainda em 2008, as primeiras unidades do automóvel mas a contestação crescente da comunidade local está a comprometer os planos.

Esta segunda-feira, cerca de três mil polícias tiveram de ser mobilizados para a fábrica que a Tata Motors está a construir em Singur para a produção do carro mais barato do mundo, para garantir a segurança dos trabalhadores. No dia anterior, uma manifestação reuniu 30 mil pessoas no local.

Segundo a «Bloomberg», os manifestantes contestam a utilização de solo agrícola para fins industriais. O nível dos protestos já levou a Tata Motors a considerar deslocalizar o projecto para outro local.

A Tata Motors já investiu mais de 230 milhões de euros na fábrica de Singur.