Príncipe Harry acusa William de agressão: "Agarrou-me pelo colarinho e atirou-me ao chão" - TVI

Príncipe Harry acusa William de agressão: "Agarrou-me pelo colarinho e atirou-me ao chão"

Príncipes Harry e William (Associated Press)

Revelação é feita no livro de memórias "Na Sombra", que será publicado no próximo dia 10

"Aconteceu tudo tão rápido. Tão rápido. Ele agarrou-me pelo colarinho, tirou-me o colar e atirou-me ao chão. Caí na tigela do cão, que se partiu nas minhas costas, os pedaços a cortarem-me. Fiquei ali por um momento, atordoado, então levantei-me e disse-lhe para sair". A frase é do príncipe Harry e faz parte do livro de memórias "Na Sombra", que será publicado no próximo dia 10, e no qual o duque de Sussex acusa o irmão William de o ter atacado fisicamente durante uma discussão em 2019.

O jornal The Guardian teve acesso ao livro antes da sua publicação e revela que os dois irmãos discutiram na Nottingham Cottage, em Londres, antes dos duques de Sussex terem abandonado as funções reais. 

Durante a altercação, o príncipe Harry, de 38 anos, diz que William - que chegou a sua casa "já muito quente", apelidou Meghan de mulher "difícil, rude [e] abrasiva", naquilo que considera "uma repetição da narrativa da imprensa", antes de o tom da discussão subir e o confronto ser físico.

Harry diz mesmo no livro que, durante a conversa, o irmão não conseguiu ser racional, o que fez com que os dois gritassem um com o outro e com que o duque de Sussex acusasse William de agir como herdeiro, incapaz de compreender que ele não estava satisfeito de ser o seu "substituto". Segundo o The Guardian, o ressentimento do duque de Sussex em ser o "substituto" está explanado ao longo de todo o livro, com o príncipe Harry a recordar a história do seu nascimento, quando o pai terá dito à mulher, a princesa Diana: "Maravilhoso! Agora deste-me um herdeiro e um substituto - o meu trabalho está feito!".

O marido de Meghan Markle revela ainda que os dois trocaram insultos antes de William afirmar que estava a tentar ajudar o irmão. 

"Estás a falar a sério? Ajudar-me? Desculpa - é isso o que chamas a isto? Ajudar-me?", terá dito então o duque de Sussex, num comentário que só irritou o irmão e o fez avançar para ele.

Harry, escreve, retirou-se para a cozinha, com o irmão no seu encalço, onde lhe terá dito que não podia falar com ele enquanto este não se acalmasse. E foi então que a agressão aconteceu. 

"Aconteceu tudo tão rápido. Tão rápido. Ele agarrou-me pelo colarinho, tirou-me o colar e atirou-me ao chão. Caí na tigela do cão, que se partiu nas minhas costas, os pedaços a cortarem-me. Fiquei ali por um momento, atordoado, então levantei-me e disse-lhe para sair", recorda, acrescentando que William pediu-lhe que lhe batesse, como fazia quando eram crianças.

Harry recusou e pediu-lhe que abandonasse a casa. William saiu, mas depois voltou, "parecendo arrependido e pediu desculpas". Depois de voltar a sair, virou-se e disse: "Não precisas de contar à Meg sobre isto".

“'Que me atacaste?", perguntou Harry, “Eu não te ataquei, Harold", disse William, tratando-o por outro nome, como é costume entre os dois.

O duque de Sussex diz que não contou de imediato à mulher - apenas ao terapeuta - mas que Meghan notou os "arranhões e hematomas" nas suas costas e que ficou "terrivelmente triste com o sucedido", 

A relação tensa entre os irmão tem sido abordada por Harry nos últimos tempos. No documentário da Netflix, o duque de Sussex acusou William de gritar com ele na reunião que teve com a família real em Sandrigham depois do anúncio de que os duques de Sussex se iriam afastar dos deveres reais. 

"Foi assustador assistir ao meu irmão a gritar comigo, o meu pai a dizer mentiras e a minha avó ali sentada sem dizer nada e a processar tudo", recordou Harry no documentário.

Já nas entrevistas de promoção do livro, o príncipe voltou a abordar a relação com a família real. Em entrevista ao jornalista britânico Tom Bradby da ITV, da qual já foi divulgado um pequeno excerto, o príncipe afirma que a família real não mostrou "absolutamente vontade nenhuma de se reconciliar" com ele e Meghan Markle.

“Gostaria de ter o meu pai e o meu irmão de volta. Eu quero uma família, não uma instituição", afirmou Harry a Tom Bradby, jornalista e amigo, acrescentando que o que aconteceu "não tinha de ser assim". 

No livro, Harry fala ainda do encontro angustiado com o pai e o irmão depois do funeral do duque de Edimburgo, em abril de 2021. O agora rei Carlos III ficou no meio dos filhos e olhou para os seus "rostos corados" e pediu-lhes: "Por favor, rapazes, não transformem os meus últimos anos numa miséria".

A Reuters contactou a família real, mas quer o porta-voz do Palácio de Buckingham, quer o porta-voz do palácio de Kensington se recusaram a comentar as declarações.

O livro de memórias do príncipe Harry "Na Sombra" será lançado a 10 de janeiro. No final do ano passado, os duques de Sussex geraram polémica depois da exibição do documentário da Netflix, no qual Harry e Meghan contam como foram alvo de perseguição pela imprensa britânica, que invadia constantemente a privacidade da família, com a duquesa a ser alvo de racismo e discriminação. Depois da exibição dos seis episódios, Harry e Meghan foram alvo de críticas, acusados de criarem uma "narrativa distorcida" e de causarem "quebra de laços" com a família real.

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