PSD abre inquérito interno à escolha dos candidatos autárquicos em Lisboa em 2017 e retira confiança política a Pinto Moreira - TVI

PSD abre inquérito interno à escolha dos candidatos autárquicos em Lisboa em 2017 e retira confiança política a Pinto Moreira

  • CNN Portugal
  • PF
  • 29 mai 2023, 18:33

“Não pactuaremos com qualquer tipo de corrupção democrática”, disse o líder do partido, Luís Montenegro

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O presidente do PSD, Luís Montenegro, anunciou que o partido retirou a confiança política ao deputado Pinto Moreira, acusado de corrupção no âmbito da operação Vórtex.

“A direção do PSD, sob proposta minha, decidiu, em primeiro lugar, retirar a confiança política ao deputado Pinto Moreira (…) Esta decisão é puramente política e justifica-se na sequência da retoma não coordenada do mandato parlamentar em momento distante do prazo de suspensão legalmente permitido”.

O líder do PSD anunciou, posteriormente, a abertura de um processo de “sindicância interna sobre os termos em que foram escolhidos os candidatos autárquicos de Lisboa às eleições de 2017”, relacionada com as suspeitas decorrentes da operação Tutti Frutti, pedindo que se apure “se esse procedimento atendeu a todas as regras estatutárias e regulamentares, e também ao cumprimento dos supremos valores da verdade e da autenticidade democrática”.

“Não pactuaremos com qualquer tipo de corrupção democrática”, disse Luís Montenegro.

No processo Tutti Frutti, cujos pormenores foram revelados numa investigação da TVI e da CNN Portugal, centenas de escutas e vigilâncias põem a nu alegados esquemas de um bloco central de interesses entre PS e PSD. Um pacto de regime descrito pela PJ num caso que começou por autarcas e altos responsáveis laranjas, mas que se estendeu à cúpula socialista na Câmara de Lisboa, em 2017. Em causa a distribuição de dezenas de avenças para trabalhos fictícios e negócios de milhões celebrados com empresas de amigos em ajustes diretos. Estes esquemas só eram possíveis pelo controlo de determinadas juntas de freguesia da capital – umas do PSD, como a Estrela, Santo António ou Areeiro; e outras do PS.

Segundo a tese da investigação, Fernando Medina terá feito um acordo secreto, ou pacto de não agressão, com responsáveis do PSD, seis meses antes das eleições, no sentido de apresentar “candidatos merdosos” (expressão que consta de uma escuta telefónica a Sérgio Azevedo, do PSD) às juntas laranja, entregando ali a vitória ao PSD e esperando que, em troca, o PS também tivesse uma fraca oposição nas suas juntas de eleição.

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