O PSD vai votar contra a proposta do Governo de Orçamento do Estado para 2024, anunciou esta terça-feira o presidente do partido, Luís Montenegro.
"Os senhores deputados não vão estranhar que a comissão permanente ontem [segunda-feira] reunida decidiu transmitir ao grupo parlamentar a orientação de voto contra", anunciou Montenegro, no encerramento das jornadas parlamentares do PSD, que decorrem na Assembleia da República e foram centradas no OE2024, com votação na generalidade marcada para 31 de outubro.
Montenegro avisa que estratégia do Governo para contas certas “não é futuro para Portugal”
O presidente do PSD acusou o Governo de alcançar contas certas “à custa do sofrimento das famílias e empresas” e do crescimento da economia, avisando que “esta estratégia não é futuro para Portugal” nem se “aguenta para sempre”.
“Creio que Portugal precisa de alguém, e neste caso do principal partido da oposição que diga que, se o rei não vai nu, vai pelo menos seminu, afirmou Luís Montenegro, no encerramento das jornadas parlamentares do PSD, na Assembleia da República.
Para o líder do PSD, o Governo apresenta contas certas no Orçamento “por impostos altos, definhamento dos serviços públicos e uma conjuntura inflacionista a alimentar os sofres do Estado de forma imoral”, bem como de receitas que não são repetíveis.
“Não nos deixemos levar por aquele canto de sereia que é: temos impostos maiores, serviços públicos que não estão bem, a classe média que os socialistas querem ter em Portugal é pobre mas, pelo menos, temos as contas públicas certas”, apelou.
Montenegro admitiu que é melhor ter estas contas certas “do que uma situação de desequilíbrio ou pré-falência” que considerou ser habitual nos executivos socialistas.
“Mas ter contas certas à custa do sofrimento das famílias, das empresas e à custa do crescimento da economia… Ter contas certas com esta estratégia não é futuro para Portugal, isto não se aguenta para sempre”, alertou.
Por isso, apelou ao grupo parlamentar do PSD que aproveite o debate orçamental para mostrar “onde estão os erros, as omissões, onde faríamos e faremos diferente”.
“Não se esqueçam, o país precisa de um governo não de aparências, mas de um governo de realidades, que dê efetivamente condições de vida às pessoas, consistência de um crescimento económico duradouro e com mais justiça social”, apelou.