Aborto: leitura política é erro, diz Marcelo - TVI

Aborto: leitura política é erro, diz Marcelo

  • Portugal Diário
  • 20 jan 2007, 19:45

«Não faz sentido, num referendo como este, fazer leituras políticas»

Marcelo Rebelo de Sousa considerou hoje que será «errado» fazer leituras políticas dos resultados do referendo sobre o aborto e dizer que, se o «sim» ganhar, será uma vitória do PS, noticia a Lusa.

«Não faz sentido, num referendo como este, fazer leituras políticas», afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, em declarações aos jornalistas, à margem da conferência nacional sobre aborto, organizada pelo PSD, que decorre no Centro Cultural de Belém (Lisboa).

Sem especificar a quem se estava a referir, Marcelo Rebelo de Sousa foi mais longe, considerando, mesmo, um «erro» que dirigentes socialistas digam «que, se o sim vencer, é uma vitória do PS».

O antigo líder do PSD reconheceu, contudo, que a campanha para o referendo de 11 de Fevereiro tem «uma coloração partidária» maior do que a primeira consulta sobre a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, realizada e m 1998.

«A grande mudança é que o PS passou a ter uma posição oficial», sublinhou, reconhecendo ainda que, pelo facto de muitos partidos terem agora uma posição oficial, «estão muito militantes na campanha».

Tal como o líder do PSD, Luís Marques Mendes, Marcelo Rebelo de Sousa, que passou pelo colóquio durante o segundo debate da conferência, defendeu que os partidos não devem ter uma posição oficial no referendo sobre a interrupção voluntária da gravidez, porque se trata de uma questão de «princípios e convicções».

«Desde Sá Carneiro que o partido entendeu que esta era uma questão de convicção pessoal e não de posicionamento partidário», recordou Marcelo Rebelo de Sousa, que estava na liderança do PSD quando se realizou a primeira consulta popular sobre o aborto, na qual o partido também não teve nenhuma posição oficial.

«A posição mais adequada é não ter posição», assinalou, considerando que a opção de Marques Mendes de dar aos militantes liberdade para votarem de acordo com as suas convicções «não é calculismo eleitoral ou político, mas uma questão de coerência», já que sempre foi essa a posição dos sociais-democratas.
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