Feita com quase 8 libras de ouro [cerca de 3,6 quilos] e 6.426 diamantes, uma nova moeda em homenagem à vida da Rainha Isabel II pode estar “entre as moedas mais valiosas de todos os tempos”.
Na verdade, o criador deste objeto de luxo único avaliou-o em "cerca de 23 milhões de dólares" [21,5 milhões de euros ao câmbio atual].
Revelada esta segunda-feira, dias antes do primeiro aniversário da morte da Rainha Isabel, a moeda comemorativa não tem curso legal no Reino Unido (embora as denominações das moedas contidas no desenho o sejam). Foi produzida pela Companhia das Índias Orientais, uma marca de estilo de vida de luxo com direitos sobre o nome da corporação que outrora controlou grandes extensões do império britânico.
Em comunicado, a empresa descreveu a sua criação - denominada “The Crown” [“A Coroa”] - como um “objeto de arte”. O atual recorde mundial do Guinness para a moeda mais cara alguma vez vendida em leilão é detido por uma rara “Águia Dupla” dos EUA de 1933, que rendeu 18,9 milhões de dólares [17,7 milhões de euros ao câmbio atual] na Sotheby's de Nova Iorque em junho de 2021.
A moeda tem um diâmetro de mais de 24,4 centímetros o que a torna mais larga do que uma bola de basquetebol da NBA, e o seu desenho inclui quase uma dúzia de moedas de ouro de 24 quilates aninhadas em leito de diamantes.
A moeda central pesa mais de 900 gramas, enquanto as mais pequenas à sua volta pesam cada uma 450 gramas e apresentam retratos da monarca falecida ou representações de virtudes, incluindo a verdade, a justiça e a coragem.
Numa das faces, milhares de diamantes foram dispostos de forma a assemelharem-se à bandeira do Reino Unido, enquanto a configuração do reverso foi inspirada nas tiaras da falecida rainha.
A Companhia das Índias Orientais afirmou que a sua avaliação multimilionária se deveu em parte à qualidade dos materiais e dos processos de fabrico, que envolveram artesãos e peritos do Reino Unido, Índia, Singapura, Alemanha e Sri Lanka.
A Companhia das Índias Orientais original funcionou durante quase 300 anos antes da sua dissolução em 1874. O empresário de origem indiana Sanjiv Mehta adquiriu os direitos do nome - e do brasão que o acompanha - em 2005, antes de o relançar como marca de estilo de vida cinco anos mais tarde.
A sua reencarnação moderna vende produtos de luxo, incluindo jóias, artigos para a casa e moedas comemorativas que “captam momentos da história para os entusiastas contemporâneos e para as gerações futuras”, de acordo com o sítio Web da empresa.
“A Coroa” demorou mais de um ano a ser produzida, o que significa que estava em curso antes da morte da Rainha Isabel no Castelo de Balmoral, na Escócia, em setembro do ano passado. Produzidas em parceria com o Território Britânico Ultramarino de Santa Helena, as moedas foram totalmente aprovadas pelo Governo do território e por Sua Majestade a Rainha Isabel II antes da sua morte, num processo gerido pela Casa Real e pela Unidade Real, Cerimonial e de Honras (RCHU) do Ministério dos Negócios Estrangeiros e da Commonwealth.
Em declarações à CNN antes da inauguração, Mehta disse que não foram poupadas despesas para honrar a Rainha Isabel, que descreveu como “a rainha da Terra”.
“Um engastador de diamantes médio pode engastar cerca de quatro pedras numa hora”, disse Mehta, cujo negócio familiar está na indústria de diamantes. “Por isso, quando estamos a olhar para (quase) 6.500 pedras numa peça, é um número enorme de horas-homem.”
“O tributo que estamos a fazer à Rainha não tem a ver com arredondamentos, mas com celebrar uma vida”, acrescentou.