O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, disse esta segunda-feira esperar que o Ministério da Administração Interna (MAI) acautele os direitos dos moradores na reabertura da discoteca Eskada, prevista para sábado, com policiamento de proximidade.
"Espero que, no meio disto tudo, seja garantida a tranquilidade dos moradores e só pode ser feito através de policiamento de proximidade, uma vez que policiamento gratificado, o Ministério da Administração Interna (MAI) entende que não o deve ter", afirmou Rui Moreira, à margem da reunião privada do executivo.
Uma publicação na rede social Instagram informa que a discoteca Eskada irá reabrir no sábado, dia 28 de outubro, um mês depois de ter sido encerrada por ordem do MAI.
Aos jornalistas, o autarca independente disse não ter sido informado da reabertura da discoteca, mas ter a certeza de que o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, "teve garantias suficientes relativamente às condições de segurança daquelas instalações".
Rui Moreira assegurou, no entanto, que a autarquia vai estar atenta se os direitos dos moradores são assegurados com a reabertura do espaço de diversão noturna, localizado na Rua da Alegria.
"Espero que esse assunto também tenha sido acautelado, mas tal como o encerramento não foi uma decisão nossa, também a reabertura não é", afirmou.
Questionado se a autarquia iria assegurar a fiscalização do horário de funcionamento do estabelecimento, Rui Moreira assegurou que sim, mas destacou que o problema do Eskada "não é sequer uma questão de horário".
"O problema que ali está é que há pessoas que não são admitidas no interior e que resolvem fazer a discoteca cá fora e há pessoas que, quando aquilo acaba, resolvem continuar a discoteca cá fora", referiu.
A Lusa contactou o Ministério da Administração Interna (MAI) e a gerência da discoteca Eskada, aguardando, até ao momento, uma resposta.
Em 25 de setembro, fonte oficial do MAI confirmou à Lusa que a discoteca Eskada tinha recebido ordem de fecho por um período máximo de seis meses, após um relatório da PSP e comunicações da Câmara Municipal.
Em causa, segundo fonte oficial do MAI, estava a avaliação, pela Câmara do Porto, da lotação máxima do espaço, bem como um pedido feito à Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) para que clarificasse questões relacionadas com saídas de emergência e bocas de incêndio.
Num comunicado enviado à Lusa no mesmo dia, a gerência do grupo Eskada disse discordar da decisão do MAI, considerando que a mesma empobrecia o turismo e colocava em risco dezenas de postos de trabalho.
A discoteca poderia reabrir se tomadas as medidas de segurança necessárias para reverter a ordem de encerramento.