Santos Silva foi a Kiev e levou deputados de todos os partidos - à exceção do PCP e do Chega - TVI

Santos Silva foi a Kiev e levou deputados de todos os partidos - à exceção do PCP e do Chega

Augusto Santos Silva faz visita surpresa a Kiev (foto Twitter)

Augusto Santos Silva está na Ucrânia, mas não foi sozinho. O presidente do Parlamento português levou consigo uma delegação de quatro partidos, excluindo os deputados do Chega e do PCP

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O presidente da Assembleia da República (AR) está finalmente de visita oficial à Ucrânia, quase um ano depois de ter aceitado o convite do homólogo ucraniano para se deslocar a Kiev. Mas Augusto Santos Silva não chegou a Kiev sozinho: foi acompanhado de uma delegação parlamentar que inclui deputados do PS, PSD, IL e BE - mas não do Chega nem do PCP.

"Cheguei hoje a Kiev. Uma visita a convite do presidente do parlamento da Ucrânia. Acompanhado por uma delegação de deputados, terei encontros com os principais dirigentes do país. Estaremos ainda com os estudantes de português no Departamento de Filologia da Universidade de Kiev", anunciou Santos Silva, na sua conta oficial da rede social Twitter.

Apesar de aparecer sozinho a cumprimentar a delegação ucraniana na imagem que partilhou nas redes sociais, Santos Silva chegou a Kiev acompanhado pelo deputado socialista Eurico Brilhante Dias, o social-democrata Jorge Paulo de Oliveira, o deputado liberal João Cotrim de Figueiredo e a bloquista Isabel Pires. De fora, ficaram deputados do Chega e do PCP - uma decisão que o gabinete do presidente da AR justifica por se ter combinado uma regra de rotatividade nestas deslocações, com um máximo de quatro deputados.

A ausência do Chega não surpreende, uma vez que Santos Silva já tinha anunciado na semana passada que excluiu o partido liderado por André Ventura das delegações das visitas oficiais ao estrangeiro, depois do incidente na sessão de boas-vindas ao presidente brasileiro, Lula da Silva, na cerimónia do 25 de Abril.

Já o PCP sempre foi assumidamente contra o apoio declarado do Parlamento português à Ucrânia, por considerar que tal posição só alimenta o conflito. Em 21 de abril do ano passado, o PCP foi o único partido que não participou numa sessão solene na Assembleia da República que contou com um discurso do presidente ucraniano, transmitido por videoconferência. Mais recentemente, o PCP também foi o único partido a votar contra a "total solidariedade com a Ucrânia e o povo ucraniano".

Questionado pela CNN Portugal, o Grupo Parlamentar dos comunistas esclarece que "nesta deslocação à Ucrânia, não foi colocado ao PCP a integração da respetiva delegação".

"Em Conferência de Líderes, o Presidente da Assembleia da República colocou ser acompanhado por uma delegação parlamentar nas suas deslocações, constituída por quatro deputados, em que o 3.º e o 4.º seriam rotativos. Nesta deslocação à Ucrânia, não foi colocado ao PCP a integração da respetiva delegação", adianta aquele Grupo Parlamentar, numa resposta escrita.

Na mesma resposta, o PCP recorda que "teve oportunidade de expressar publicamente a sua oposição à realização de uma visita da Assembleia da República à Ucrânia, por rejeitar a sua instrumentalização num conjunto de ações cuja principal motivação se prende com a promoção da confrontação do conflito, por um lado, e, por outro, não se pode ignorar que o regime da Ucrânia suspendeu a atividade de diversos partidos."

 

Neste primeiro dia de visita a Kiev, Santos Silva e os quatro deputados reuniram-se com o presidente ucraniano e exprimiram "o apoio do Parlamento português à Ucrânia na defesa da sua independência e integridade territorial".

Neste encontro, de acordo com uma publicação do presidente da AR, discutiram-se quatro temas principais, nomeadamente a candidatura da Ucrânia à União Europeia, a cooperação do país com os Estados-membro da NATO, o apoio de Portugal e o seu papel no diálogo com os países do hemisfério sul.

Já depois da publicação de Santos Silva, foi a vez de Volodymyr Zelensky assinalar o encontro com a delegação portuguesa numa mensagem divulgada no Telegram, na qual agradeceu o apoio do Parlamento e do Governo português à Ucrânia desde o início do conflito.

"Estou grato ao Parlamento e ao Governo de Portugal por terem apoiado a Ucrânia desde o início da invasão, bem como à sociedade portuguesa, que, graças às ações do Governo e do Parlamento, tem estado unida no apoio ao nosso país e ao nosso povo", escreveu Zelensky no Telegram.

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