Hospitais do SNS alvo de tentativas de ciberataques "de grupos pró-russos" - TVI

Hospitais do SNS alvo de tentativas de ciberataques "de grupos pró-russos"

Hacker (Jakub Porzycki/Getty Images)

Informação interna do Hospital Amadora-Sintra confirma tentativas de ataque, garante que foram todas bloqueadas e sem consequências para o normal funcionamento do hospital - e atribui suspeitas a grupos apoiantes do regime de Vlamidir Putin

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Vários hospitais integrados no Serviço Nacional de Saúde (SNS) têm sido alvo de tentativas de ataques informáticos que se suspeita serem provenientes de "grupos pró-russos". É isso que assume um comunicado interno do Hospital Fernando Fonseca (HFF), a que a CNN Portugal teve acesso.

Na mensagem, enviada por correio eletrónico pela diretora de tecnologia aos trabalhadores do hospital, é referido que vários hospitais portugueses - incluindo o HFF (Amadora-Sintra) - têm detetado "tráfego anómalo" nos últimos dias, situação que obrigou à monitorização do acesso à rede e à limitação do uso de VPN. O acesso aos sistemas do hospital está agora restrito às próprias instalações, tendo sido desativado temporariamente o acesso exterior.

A comunicação interna do HFF adianta que as semelhanças entre esta tentativa de ciberataque e outros casos ocorridos em vários países europeus sugerem que também este terá tido origem em grupos pró-russos. Contactada pela CNN Portugal, fonte oficial do hospital esclarece que as suspeitas de envolvimento de grupos cibercriminosos pró-Kremlin foram consolidadas por denúncias recolhidas na dark web e pela interceção de endereços de IP de origem russa. 

O comunicado interno do Hospital Amadora-Sintra indica que todas as tentativas de ataque foram bloqueadas e não resultaram em qualquer consequência para o normal funcionamento do hospital, embora reconheça que a situação está ainda sob análise e dependente de medidas a anunciar.

A mensagem recomenda depois o reforço das estratégias de segurança de curto-prazo, de que são exemplo alterar as palavras-passe com frequência, não partilhá-las nem usar as mesmas entre várias plataformas, terminar sessões e fechar aplicações sempre que não estão em uso e não carregar em ligações nem abrir ficheiros de origem desconhecida.

Ministério da Saúde admite "incidentes" 

Uma nota do Gabinete do Ministério da Saúde divulgada nos últimos dias admite "incidentes" nos serviços informáticos de várias instituições durante o passado fim de semana, mas, ao contrário da nota interna do HFF, não refere a origem ou as possíveis motivações dos atacantes.

Após uma "monitorização levada a cabo" pelos serviços de informática do departamento governamental, foi decretado o reforço de "ações preventivas" semelhantes à do Hospital Fernando Fonseca, como medidas de segurança informática ou restrições de acesso a plataformas digitais. No entanto, conclui a tutela, a situação encontra-se normalizada e "não estão atualmente sinalizadas perturbações informáticas nos Serviços do Ministério da Saúde".

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