A menos de um ano do próximo Mundial, disputado nos Estados Unidos da América, Canadá e México, o selecionador Roberto Martínez vê com otimismo o certame. Durante a cerimónia de abertura do Portugal Football Summit, na Cidade do Futebol, Martínez usou uma capicua para demonstrar a sua confiança.
«Eu acredito em números. 1966 foi a melhor qualificação para um Mundial e Eusébio ganhou a Bola de Ouro nesse ano [n.d.r. ganhou em 1965]. Em 2016, Portugal ganhou o Euro. 2026 soa muito bem, termina noutro seis [risos]. Se perguntar aos jogadores, eles não escondem que o objetivo é ganhar. Nada será mais satisfatório do que isso», admitiu Martínez.
Numa conversa sobre o futebol português, o selecionador nacional deu a sua opinião sobre o sucesso recente neste modalidade.
«Costumava ser oponente de Portugal e o sentimento era de que eles eram muito competitivos. Isso faz parte da natureza, dos valores, dos comportamentos dos portugueses. É um dos maiores tesouros que se recebe no balneário. A estrutrura das ligas é única. É único ter um escalão sub-23 e equipas B, o que dá mais oportunidades aos jogadores. É algo que não vemos noutros países», avaliou.
«Se o jogador português tem um modelo? Sim. Muitos treinadores reconhecem o jogador português. Normalmente há jogadores criativos ou mais estruturados. O jogadores português faz uma bela mistura. E depois ainda há o espírito de equipa. Sente muito a responsabilidade de ser parte de uma equipa, sendo criativo mas tendo quase uma necessidade de informação tática», acrescentou.
Sublinhando a capacidade que os jogadores portugueses têm de adaptar-se a novas culturas e línguas, Martínez diz que o «ADN natural» do povo português, que tem «há 500 anos a cultura de conquista», vê-se nos futebolistas. Um deles Cristiano Ronaldo.
«Trabalhei com muitos génios na minha carreira. A diferença de CR7 é nunca perder a fome. Isso acontece a todos. Com ele não. Na manhã seguinte, ele vê uma oportunidade de ser melhor e de ganhar. Uma carreira com aquela longevidade tem de se adaptar. É uma referência para os outros por sem quem é, não tem de dizer nada. Em cima disso, vê-se a sua paixão em jogar pela Seleção. É o único que jogou mais de 220 jogos. Ele vai ser lembrado para sempre como o atleta que mantém a fome e a capacidade de melhorar», resumiu.
Roberto Martínez terminou com uma nota mais pessoal, dizendo que a maior qualidade de um selecionador «é ser ele mesmo, porque as pessoas apreciam honestidade».
A Portugal Football Summit inicia-se nesta quarta-feira e decorre até sábado, na Cidade do Futebol.