Se estiver dentro de um edifício, a primeira coisa a fazer é procurar um local seguro, como debaixo de uma mesa resistente, e aguardar até que a vibração pare, explicou Jorge Mendes, comandante dos Bombeiros Voluntários de Cabo Ruivo, em setembro de 2023 à CNN Portugal. É importante relembrar o que ensinamos às crianças - “o triângulo de baixar, esconder e aguardar”, sublinhou Jorge Mendes, acrescentando que devemos “manter a calma e não entrar em pânico”.
“Caso esteja num espaço público, como a rua ou um centro comercial, afaste-se de edifícios e estruturas que possam colapsar”, recomendou Jorge Mendes. “Procure um local amplo e aberto e aguarde até que seja seguro regressar.”
É fundamental ter mantimentos de emergência à mão. “Água própria, medicamentos essenciais e um rádio para receber informações atualizadas” são os três elementos essenciais, garantiu Jorge Mendes. "Geralmente, é a Antena 1 que vai “emitir alertas e indicações importantes”, explicou o comandante.
Também é importante “repensar os bibelôs que tem em casa”, sublinhou Jorge Mendes, recomendando que as estantes que temos em casa estejam fixadas à parede. “No caso de existir um grande sismo, elas caem se não estiverem fixadas”.
As zonas de maior risco em Portugal
As autoridades portuguesas, incluindo os bombeiros e a proteção civil, recebem formação especializada em sismos. “A nível de resgate, as equipas de intervenção portuguesas são das melhores equipas europeias”, afirmou Jorge Mendes. Mas ressalva: se ocorrer um sismo de grandes dimensões, “não quer dizer que tenhamos capacidade de resposta em toda a linha”.
Mas a preparação não é apenas responsabilidade das autoridades - é também de cada cidadão. “É essencial que as pessoas sejam mais interativas e procurem aprender sobre como agir em caso de sismo”, acrescentou o comandante.
Portugal está localizado numa zona sísmica e há a possibilidade de ocorrerem sismos de grande magnitude, como o histórico terramoto de 1755. “As principais zonas em que podem ocorrer são Setúbal, Algarve e Lisboa”, afirmou Jorge Mendes. Em tais casos, “as vias de acesso a Lisboa podem ficar comprometidas”, o que dificultará a chegada de equipas de socorro”. “Os hospitais mais antigos podem ter problemas - e até mesmo desabar. Já os hospitais mais modernos, como o Hospital de Santa Maria, estão mais bem preparados para resistir a abalos, dado que têm proteção antissísmica”, explicou o comandante.