A partir de setembro, as listas de espera para cirurgias no Serviço Nacional de Saúde (SNS) vão passar a ser geridas com um novo sistema, que estabelece apenas duas categorias de prioridade: urgente e normal. Segundo o jornal Público, a medida insere-se no lançamento do novo Sistema Nacional de Acesso a Consultas e Cirurgias (SINACC), que visa simplificar e tornar mais eficiente o acesso às intervenções cirúrgicas.
Atualmente, existem quatro níveis de prioridade, com tempos máximos de resposta que variam entre 72 horas e 180 dias. A nova proposta reduz esta classificação, permitindo concentrar os esforços nos casos mais urgentes e reorganizar os restantes numa lista por ordem cronológica, área geográfica e prioridade clínica.
A proposta prevê ainda que os doentes com prioridade normal possam ser operados em unidades privadas ou do setor social, desde que autorizem. Estas entidades passarão a ter acesso a uma "pool" centralizada de utentes, mas só podem contactar os doentes segundo os critérios clínicos definidos.
Apesar das garantias de controlo, há preocupações quanto ao risco de seleção dos doentes mais rentáveis por parte dos privados, o que poderia agravar os encargos do SNS. A proposta ainda não foi colocada a discussão pública.
