Descobertas quatro novas espécies 'ibéricas' de moscas-formiga, uma delas só existe em Portugal - TVI

Descobertas quatro novas espécies 'ibéricas' de moscas-formiga, uma delas só existe em Portugal

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  • 20 abr 2021, 18:57
Tachydromia stenoptera

Espécie só existe nas serras da Estrela e da Malcata

Uma equipa internacional de cientistas, incluindo três portugueses, identificou quatro novas espécies de moscas-formiga na Península Ibérica, uma das quais só existe em Portugal, nas serras da Estrela e da Malcata, foi hoje divulgado.

Em comunicado, a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL), à qual surgem agregados dois dos investigadores portugueses, Ana Rita Gonçalves e Octávio Paulo, refere que a espécie 'Tachydromia stenoptera' apenas pode ser encontrada em Portugal, "numa área relativamente restrita da Serra da Estrela e da Serra da Malcata, em zonas de floresta de folha caduca ou marcescente, sobretudo em carvalhais".

Além desta espécie, foram descobertas mais três espécies de moscas-formiga: a 'Tachydromia ebejeri' (comum em Portugal e Espanha), a 'Tachydromia nigrohirta' e a 'Tachydromia cantabrica' (estas duas em Espanha).

As moscas-formiga pertencem ao género 'Tachydromia', têm cerca de dois milímetros, habitam a manta morta de bosques de folha caduca e marcescente, como carvalhais, e, apesar de serem moscas, não têm asas funcionais.

"Podem confundir-se com formigas à primeira vista, não só no seu aspeto morfológico como, por vezes, também nos seus comportamentos", adianta o comunicado da FCUL, acrescentando que estas moscas "encontram-se frequentemente junto a formigas que tendem a ignorá-las".

Ana Rita Gonçalves, primeira autora do estudo, publicado como uma monografia na revista da especialidade de acesso aberto European Journal of Taxonomy, estudou e descreveu a morfologia de todas as moscas-formiga conhecidas da Península Ibérica e de Itália (dez espécies ao todo), no âmbito do mestrado em Biologia da Conservação na FCUL.

Esse trabalho "ajudou a fundamentar a descrição das novas espécies", assinala o comunicado, citando a investigadora, que está a fazer o seu doutoramento no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazónia, no Brasil.

Segundo a FCUL, na maioria dos casos apenas se sabia a localidade onde os espécimes conhecidos tinham sido recolhidos pela "primeira e única vez", isto é, há mais de 100 anos.

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