Arsenal em poder de médico incluía pistola «igual à do FBI» - TVI

Arsenal em poder de médico incluía pistola «igual à do FBI»

Um quarto das armas apreendidas na residência do clínico nõ podim estar na posse de civis

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Uma pistola «igual à do FBI» e que no futuro também equipará os polícias portugueses integrava o arsenal apreendido a um médico que está a ser julgado no Porto posse de armas proibidas, disse esta segunda-feira um investigador policial, citado pela agência Lusa.

Trata-se de uma Glock, «o topo-de-gama das armas de fogo para polícias», explicou Luís Gonçalves, um subchefe da 3ª Esquadra de Investigação Criminal da PSP de Lisboa, no seu testemunho perante o colectivo de juízes da 1ª Vara Criminal do Porto.

De acordo com o subchefe, a Glock tinha o número de série rasurado, pelo que «não havia possibilidade de ser manifestada ou registada» em Portugal. Ao conhecer o armamento apreendido ao médico, Luís Gonçalves declarou-se «surpreendido» porque integrava também uma espingarda HK G3 que, conforme disse, «não devia sequer ter sido importada, quanto mais vendida a um civil».

Aliás, um quarto das armas apreendidas na residência do médico não podiam estar na posse de civis, garantiu o subchefe policial.

19 armas proibidas

Outro agente da PSP, que lavrou o auto de apreensão, precisou que foram encontradas 19 armas proibidas e/ou não manifestadas em casa do clínico. «Era muita coisa», disse, explicando que também foram encontrados um gás pimenta, silenciadores, munições e outro material bélico. Os dois polícias admitiram que o arguido ajudou nas buscas e forneceu as explicações pedidas.

O médico, que está formalmente acusado de três crimes de detenção de arma proibida, disse ao tribunal, em audiência anterior, que arsenal pertencia à sua «colecção pessoal» e uma parte era «herança do avô».

Médico garante que arsenal fazia parte da sua coleccção pessoal

O arguido admitiu que as armas «não estavam manifestadas» porque, pelas suas características (calibre superior ao permitido por lei), «seriam apreendidas e destruídas» se apresentadas à PSP.

O clínico contou ainda ao colectivo de juízes que, à altura dos factos, a «lei era omissa quanto a armas de colecção», pelo que «estava com elas guardadas à espera que saísse a licença de coleccionador». Das 43 armas ilegais apreendidas fazem também parte algumas que o arguido disse ter adquirido para defesa e prática de tiro e caça grossa. «Como comprador, cumpri com todos os requisitos».

O arsenal foi encontrado num cofre existente na cave da habitação do clínico durante uma rusga policial levada a cabo em Março de 2006. A colecção de armas alegadamente ilegal foi descoberta na sequência de escutas telefónicas relacionadas com outro processo, em julgamento num tribunal de Lisboa e relacionado com o alegado envolvimento de três agentes da PSP da capital em tráfico de armas.
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