Covid-19: Governo garante que não vão faltar enfermeiros para a vacinação - TVI

Covid-19: Governo garante que não vão faltar enfermeiros para a vacinação

Início da vacinação em massa está projetado para abril/maio

O secretário de Estado Adjunto e da Saúde garantiu esta quarta-feira que não vão faltar enfermeiros no Serviço Nacional de Saúde (SNS) para a vacinação em massa contra a covid-19. As palavras de António Lacerda Sales surgem na sequência de denúncias dos profissionais.

Com o arranque da vacinação em massa previsto para abril ou maio, Lúcia Leite, presidente da Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros (ASPE), diz que se trata de uma "carência recorrente" e que o recurso a outros profissionais que não os enfermeiros pode colocar em risco os utentes.

É mais uma asneira das grandes. Administrar vacinas é muito mais do que injetar um produto ou picar na pele com uma agulha, é muito mais do que isso. É preciso fazer um controle antes e depois da administração da vacina e os farmacêuticos não têm competências para assegurar esse serviço", defendeu.

A task force quer ter 150 centros de vacinação em massa em todo o país, mas os centros de saúde não têm capacidade de resposta e há já autarquias a pedir ajuda aos farmacêuticos, escreve o jornal Público, nesta quarta-feira.

Agora, António Lacerda Sales afirma que "a partir do segundo trimestre haverá, com certeza, uma aceleração do processo de vacinação".

Temos de criar condições. Foi dito que serão necessários cerca de 2.500 enfermeiros para dentro desta tarefa. Dentro ou fora do SNS, com certeza teremos capacidade para estes números", reiterou.

Plano vai para além do Serviço Nacional de Saúde

A bastonária da Ordem dos Enfermeiros diz que este é um plano que vai para além do SNS. Vacinar 95 mil pessoas por dia, como Portugal pretende fazer dentro de semanas, requer a mobilização de vários serviços para além do setor público.

[A vacinação em massa] nunca foi pensada apenas para o SNS, nem só das 09:00 às 17:00", disse Ana Rita Cavaco, em declarações à TVI24.

A profissional pede assim a colaboração de autarquias, estádios de futebol, etc, apelando ainda a que o Governo contrate mais enfermeiros e que recorra aos serviços privados.

Neste ponto, Ana Rita Cavaco pede que os enfermeiros sejam devidamente pagos pelos trabalhos extraordinários a realizar durante a vacinação.

Ordem dos Farmacêuticos quer ajudar

Perante o arranque da vacinação em massa em Portugal, toda a ajuda é bem-vinda. Da Ordem dos Farmacêuticos chega a disponibilidade daqueles profissionais em ajudar no processo.

Ema Paulino, da Direção Nacional da Ordem dos Farmacêuticos, refere que quatro mil farmacêuticos estão capacitados para ajudarem na vacinação, que têm formação para administrar vacinas e fazer o processo de monitorização.

Estes profissionais distribuem-se pelas três mil farmácias nacionais, onde, lembra Ema Paulino, "administram vacinas todos os dias". Em vez da alocação destes recursos aos centros de vacinação, aquilo que a Ordem dos Farmacêuticos sugere é que as vacinas sejam administradas nas farmácias, que estão capacitadas para lidar com as reações mais adversas, como anafilaxia por alergias graves.

Em duas semanas, nas farmácias portuguesas foram vacinadas mais de 200 mil pessoas contra a gripe", disse, a título de exemplo.

Em sentido contrário, o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses manifestou-se contra a possibilidade de a vacinação contra a covid-19 ser alargada às farmácias, defendendo que o plano de imunização deve ser executado pelos profissionais do Serviço Nacional de Saúde.

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