Vistos gold: funcionário de agência bancária constituído arguido - TVI

Vistos gold: funcionário de agência bancária constituído arguido

A TVI sabe que um funcionário de uma agência da Caixa de Crédito Agrícola em Tabuaço, Viseu, foi constituído arguido por, alegadamente, saber de todo o esquema que envolve os vistos dourados. Um dos arguidos, Manuel Palos, já sabe que está indiciado por crimes de corrupção passiva.

Relacionados
Notícia atualizada às 16:45

Foi constituído arguido um funcionário da agência da Caixa de Crédito Agrícola de Tabuaço, distrito de Viseu, que teria, alegadamente, conhecimento do esquema relacionado com os vistos dourados.
 
A TVI sabe que ontem, Carlos Alexandre, juiz titular do processo, esteve pessoalmente nesta dependência bancária para se inteirar, pessoalmente, sobre os depósitos feitos por António Figueiredo, presidente do Instituto dos Registos e Notariado.

SIS fez «limpeza eletrónica» no Instituto de Registos e Notariado
 
António Figueiredo e outros arguidos deste processo dos vistos gold, como o diretor do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) e a secretária-geral do ministério da Justiça, estão hoje a ser ouvidos no Campus da Justiça em Lisboa.

Manuel Palos, o diretor do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras já foi ouvido e ficou a conhecer que está indiciado por crimes de corrupção passiva. Segundo apurou a TVI no local, Manuel Palos terá intercedido em pelo menos cinco situações em que foram pedidos cinco vistos gold.

De acordo com o Ministério Público, escutas telefónicas revelaram que Manuel Palos terá sido contactado pelo presidente do Instituto dos Registos e Notariado, que lhe terá pedido que agilizasse alguns processos que trariam elevados investimentos para Portugal.

Outras escutas revelam que terá sido oferecido ao presidente do SEF duas garrafas de vinho e um valor de 5 mil, uma percentagem pelo visto, que não se sabe se se refere a dinheiro, ou a outros valores.

Vistos gold: o que são, quantos foram emitidos e a quem 

Recorde-se que a edição deste sábado do semanário «Expresso» avança que a Polícia Judiciária apanhou o diretor do Serviço de Informações de Segurança (SIS), Horácio Pinto, a ajudar um dos suspeitos no caso dos vistos gold, o presidente do Instituto dos Registos e Notariado (IRN), António Figueiredo.
 
Ao que o semanário indica, os inspetores da PJ estavam a vigiar a sede do IRN quando, a certa altura, chegaram três pessoas com uma mala. Entre elas, estava o diretor do SIS. Os três indivíduos entraram, primeiro, no edifício do Campus da Justiça de Lisboa e, de seguida, no gabinete do presidente do IRN. Os três «visitantes», incluindo Horácio Pinto, foram fotografados e, posteriormente, identificados.

O presidente do IRN foi um dos 11 detidos na operação «Labirinto», que investiga alegada corrupção na atribuição dos vistos gold. António FIgueiredo apresentou, entretanto, um pedido de suspensão de funções, na sequência da sua detenção. 

O caso já provocou, também, demissões em altos quadros do Governo. A secretária-geral do Ministério da Justiça, Maria Antónia Anes, pediu a demissão depois de, na quinta-feira, ter sido detida no âmbito da investigação. 

Na sexta-feira, o ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia (MAOTE) aceitou também o pedido de demissão da secretária-geral do Ministério, Albertina Gonçalves, que na quinta-feira foi alvo de buscas da Polícia Judiciária no seu gabinete, mas não chegou a ser detida. 

O ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, também terá pedido a demissão, mas esta foi «travada» pelo primeiro-ministro.

Ao todo, a PJ realizou 60 buscas por todo o país. 
Continue a ler esta notícia

Relacionados