Advogados perdem causa com pais de criança electrocutada - TVI

Advogados perdem causa com pais de criança electrocutada

Sociedade

Tribunal arquiva queixa-crime por difamação em caso que remonta ao ano de 1999

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A segunda queixa-crime de difamação agravada e denúncia caluniosa apresentada por dois antigos advogados dos pais da criança electrocutada em 1997 num semáforo de Lisboa, Rúben Cunha, foi arquivada, disseram os visados, refere a Lusa.

Em comunicado, os pais da criança informaram que esta segunda queixa-crime - apresentada pelos advogados António Pinto Pereira e João Perry da Câmara, contra Isabel e Francisco Cunha - foi arquivada.

António Pinto Pereira e João Perry da Câmara foram os primeiros advogados contratados pelos pais de Rúben Cunha e entre estes existe um diferendo que dura desde 1999.

Os advogados reclamam 25 mil euros que dizem estarem em falta pelos oito meses em que se ocuparam do processo contra a Câmara Municipal de Lisboa e a empresa de manutenção do equipamento que provocou a morte da criança.

Por seu lado, os pais da criança dizem ter pago até então 12.000 euros de honorários e não concordam com as contas apresentadas pelos advogados, alegado que houve duplicação da facturação.

O caso está a ser resolvido em tribunal, correndo na 15ª Vara Cível, em Lisboa. No passado dia 28 de Março, o julgamento foi novamente adiado, depois de uma primeira audiência a 06 de Fevereiro de 2008, durante a qual os réus apresentaram um conjunto de novos documentos, que o tribunal aceitou e solicitou aos peritos para que reavaliassem e complementassem o Relatório Pericial entregue a 08 de Fevereiro de 2002.

«Foi feita justiça»

Sobre o arquivamento desta segunda queixa-crime, Francisco Cunha afirmou que «foi feita justiça». «Deu-nos a esperança de um dia termos a paz que tanto procuramos», acrescentou.

Em relação à «atitude» dos advogados, os pais da criança afirmam que esta é «manifestamente insólita, por parte destes dois advogados contra os seus ex-clientes, sendo mesmo desumana, contra uma família».

«Eu e a minha mulher tínhamos uma relação profunda com o nosso filho Rúben e a sua morte inesperada provocou em nós uma grande amargura», adiantou.

Por considerarem que «estas queixas-crime ultrapassam tudo aquilo que é admissível», o casal solicita à Ordem dos Advogados, «que tem como atribuições, a defesa do Estado de direito e dos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos (¿), que intervenha neste caso».

Caso continua

António Pinto Pereira revelou ter conhecimento do arquivamento da queixa-crime e anunciou que os advogados já solicitaram a abertura de instrução, pelo que «o caso continua», afirmou, recusando qualquer comentário ao mesmo.

Em Julho de 1997, quando Ruben Tiago Cunha, tinha 14 anos, foi electrocutado ao premir o botão que acciona o sinal verde para os peões de um semáforo do Campo Grande, morrendo três dias depois devido a lesões cerebrais graves e paragem cardio-respiratória.

A partir de uma acção que moveram em tribunal, os pais do jovem viram reconhecida a culpabilidade da autarquia e da empresa responsável pela manutenção dos semáforos, recebendo uma indemnização de mais de 200 mil euros, que usaram para montar uma galeria de arte em memória do filho.
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