O Tribunal de Instrução Criminal do Porto enviou para julgamento 58 pessoas pelo crime de escravidão. Segundo a acusação do DIAP, citada pelo «Jornal de Notícias», pelo menos 65 pessoas foram «recrutadas» para trabalhar em Espanha sem vencimento.
Tratavam-se de analfabetos, deficientes mentais ou dependentes de álcool ou drogas, ou seja, pessoas cujo aliciamento era mais fácil para os 13 «clãs» que se dedicaram à «angariação» de escravos entre 1997 e 2005.
O juiz da fase de instrução não aceitou os argumentos da defesa dos arguidos que pretendia evitar o julgamento, a não ser o de um indivíduo que já tinha sido julgado pelos mesmos factos.
Depois de promessas de bons salários, alojamento e habitação, os trabalhadores chegavam a várias cidades do Norte de Espanha e enfrentavam condições desumanas, como fome, agressões e violações.
O caso mais grave terá sido o de um casal que esteve «sequestrado» durante oito anos, sendo que a mulher foi violada repetidamente pelo chefe do grupo.
O processo vai seguir agora para as Varas Criminais do Porto para ser marcada a data do julgamento.

Enviavam escravos deficientes e analfabetos para Espanha
- Redação
- CP
- 2 ago 2010, 11:23
58 indivíduos vão a julgamento. Há pelo menos 65 vítimas identificadas
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