Trabalho escravo: arguidos sujeitos a apresentações periódicas - TVI

Trabalho escravo: arguidos sujeitos a apresentações periódicas

Sociedade

Tribunal determinou medidas de coação a seis pessoas alegadamente envolvidas na rede que actuava em Espanha

Seis pessoas alegadamente envolvidas numa rede de exploração de mão-de-obra portuguesa que funcionava em Espanha, vão ter que se apresentar periodicamente às autoridades até à data de julgamento, determinou esta sexta-feira o Tribunal de Instrução Criminal (TIC) do Porto.

Uma fonte judicial adiantou, entretanto, que o TIC vai ouvir terça-feira 13 mais pessoas igualmente suspeitas de integrar aquela rede.

Outra fonte conhecedora do processo disse que essas 13 pessoas aguardam ainda, em território espanhol, a extradição para Portugal.

Desmantelada rede que explorou 3 mil portugueses

Detidos por escravizar portugueses

As polícias judiciárias de Espanha e Portugal anunciaram a 28 de Abril, em Logronho, Espanha, a detenção de 26 portugueses e dois espanhóis que dirigiam uma rede de trabalho escravo.

Pelo menos três mil vítimas

De acordo com as autoridades, os 28 detidos são acusados dos crimes de sequestro, escravidão, tráfico de pessoas, associação criminosa e branqueamento de dinheiro.

A polícia acredita que os detidos exploraram, pelo menos, três mil portugueses em trabalhos agrícolas nas regiões de La Rioja, Navarra, País Basco e Aragão.

Na altura, o procurador português António Almeida Pereira, do DIAP/Porto, adiantou que o desmantelamento da «rede de exploração de trabalhadores portugueses em Espanha teve lugar na semana passada».

Pessoas com baixa escolaridade

«No dia 21 de Abril foram detidos 19 suspeitos em Espanha e nove em Portugal. Os detidos em Portugal já foram presentes ao juiz de investigação criminal e dois ficaram em prisão preventiva», acrescentou.

Por seu lado, o coronel da Guardia Civil espanhola Francisco Arribas sublinhou que os trabalhadores eram instalados «às vezes em barracões, em condições muito precárias».

Disse ainda que a rede angariava sobretudo pessoas «de baixa escolaridade e com problemas de álcool ou de droga» e que se «aproveitavam do seu baixo nível intelectual para ficarem com os seus cartões Multibanco e os códigos para manejarem as contas».

A operação, iniciada em 2005, teve também a colaboração do Eurojust, o organismo europeu criado em 2002 para lutar contra a delinquência organizada.

HB
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