Paulo Penedos vai autorizar divulgação de escutas - TVI

Paulo Penedos vai autorizar divulgação de escutas

Face Oculta: arguido no processo quer que transcrições publicadas na imprensa sejam «contextualizadas»

Paulo Penedos, assessor da PT e arguido no processo Face Oculta, vai autorizar o tribunal a divulgar integralmente as escutas feitas no âmbito daquela investigação que o envolvem, disse este domingo o seu advogado à Lusa.

Paulo Penedos nega ter recebido orientações

«Em função da divulgação parcial das escutas, entende que está posta em causa a forma como actuou neste processo e entende que, para a defesa da sua honra, o melhor que tem a fazer é autorizar que as escutas sejam divulgadas na íntegra», disse Ricardo Sá Fernandes à agência noticiosa, em nome do seu cliente. Paulo Penedos irá comunicar este desejo ao tribunal já esta segunda-feira.

Esta posição surge depois do semanário «Sol» ter publicado extractos do despacho do juiz de Aveiro responsável pelo caso Face Oculta em que este considera haver «indícios muito fortes da existência de um plano», envolvendo o primeiro-ministro, José Sócrates, para controlar a estação de televisão TVI.

Do despacho constam transcrições de escutas telefónicas envolvendo Armando Vara, então administrador do BCP, Paulo Penedos, assessor jurídico da PT, e Rui Pedro Soares, administrador executivo da PT.

«Ele tem todo o gosto em contextualizar essas escutas», disse Ricardo Sá Fernandes, em nome de Paulo Penedos, sublinhando, porém, que há outros intervenientes no processo que também terão de autorizar aquela divulgação.

Num comunicado enviado este domingo à Lusa, o advogado de Paulo Penedos refere que «nunca, em circunstância alguma, o Governo, ou algum membro do Governo», diligenciou ou fez chegar ao conhecimento do seu cliente «qualquer orientação ou sugestão para que este praticasse algum ato que tivesse em vista a interferência ou instrumentalização de grupos ou órgãos de comunicação social, nunca tendo mesmo falado com ele acerca deste assunto».

O processo Face Oculta investiga alegados casos de corrupção e outros crimes económicos relacionados com empresas do sector empresarial do Estado e empresas privadas. No âmbito deste processo, foram constituídos 18 arguidos, incluindo Armando Vara, José Penedos, presidente da REN - Redes Elétricas Nacionais, suspenso de funções pelo tribunal, e o seu filho Paulo Penedos.
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