«Noite de terror» nos Açores - TVI

«Noite de terror» nos Açores

Explosão de uma moradia nos Açores (PEDRO MONTEIRO/LUSA)

Vizinhos da casa onde ocorreu a grave explosão contam como fugiram às chamas

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No dia seguinte à explosão de uma casa, os vizinhos da Travessa de Cima, em Vila Franca do Campo, recuperam agora do «susto» vivido na noite de segunda-feira e fazem contas aos prejuízos materiais, noticia a Lusa.

A rua estreita onde ocorreu a explosão em Vila Franca do Campo permanece encerrada à circulação de pessoas e viaturas e apenas as autoridades e os moradores estão no local para participar na operação de quantificação dos prejuízos materiais.

Seis famílias realojadas após a explosão

Da estreita casa nº 19, sem as duas janelas e a porta da rua, restam apenas as paredes e, no seu interior, avista-se restos de mobílias totalmente carbonizadas e um intenso cheiro a queimado.

A explosão que se verificou numa moradia da ilha de São Miguel, na segunda-feira à noite, causou estragos em 31 casas e provocou 22 desalojados. Na sequência da explosão provocada por uma fuga de gás, 25 casas sofreram estragos ligeiros, enquanto que as restantes ficaram sem condições de habitabilidade.

A explosão causou ferimentos em três pessoas, duas das quais, um jovem de 12 e uma mulher de 19 anos, que vão ser transferidas para o continente, devido à gravidade das queimaduras que sofreram.

«Noite de terror»

Incrédula com o sucedido, a moradora ao lado da casa onde ocorreu a explosão segura a filha ao colo e assegura ainda não se ter recomposto da «noite de terror» vivida na segunda-feira.

«Estava no quarto, arrumando roupa, quando vi a porta do meu quintal ir para cima da minha cama. Depois só vi os quintais das minhas vizinhas a voar e vi uma nuvem de lume. Peguei na minha filha e desci as escadas. Encontrei-me com a rapariga toda queimada. Ela pediu ajuda, mas não pude ajudar, porque a nuvem de lume estava atrás de mim e da menina. Fugi descalça para a praça», relatou à agência Lusa Ana Cabral, moradora da casa número 21.

Após uma noite mal dormida na sala da mãe, Ana Cabral adiantou que a sua casa, construída há cinco anos, ficou «toda destruída» e que não pode lá entrar porque «a parte de cima está em risco de ruir».

«Não sabia se estava acabando o mundo, se era um tremor de terra. Só vi coisas pelo ar, telhas, gente a gritar e a fugir de um lado para outro», afirmou Ana Cabral, que observa o que restou da sua casa através do balcão de uma vizinha.

«Pensei que era um avião»



Também Helena Morais não ganhou para o susto quando se deu a explosão na Travessa de Cima, confessando que, inicialmente, pensou tratar-se de um avião a passar. «Estava a jantar quando senti o estrondo. Não me fazia que era uma explosão. Pensei que era um avião», disse a moradora da casa número 17, ao acrescentar que ficou sem janelas, portas e com muitas rachas nas paredes.

Segundo Helena Morais, após a explosão saiu logo para a rua, onde encontrou uma das duas vítimas do acidente a pedir ajuda. «Ela pediu ajuda, mas não sabia o que fazer. Ou era fugir ou ajudar ela. Só vi ela coçar a vista e a pele a cair», contou Helena Morais, que mora mesmo na casa ao lado onde ocorreu a explosão há 21 anos.
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