Sida : maiores de 55 anos não usam preservativo - TVI

Sida : maiores de 55 anos não usam preservativo

  • Portugal Diário
  • 4 dez 2007, 15:27
Dia Mundial da Sida (Foto Lusa/EPA)

Relações heterossexuais desprotegidas tendem a aumentar, sobretudo entre as mulheres

A não utilização de preservativo em relações heterossexuais é a principal causa de transmissão vírus da sida entre maiores de 55 anos, casos que representam 7,5 por cento das notificações e «tendem a aumentar», sobretudo entre mulheres, noticia a agência Lusa.

São os jovens com cerca de 15 anos e as mulheres com idade mais avançada os «protagonistas» da taxa de incidência portuguesa do HIV (referente a novos casos), uma das mais elevadas da Europa, segundo dados divulgados esta terça-feira em Cascais durante o congresso «A infecção pelo HIV/Sida depois dos 55 anos».

Teresa Paixão, virulogista/epidemiologista do Instituto Ricardo Jorge, garantiu que não existe sequer a noção se o número de diagnósticos reais está próximo ou não do número de notificações, mas adiantou que, entre aqueles que estão registados junto do Ministério da Saúde, 7,5 por cento corresponde a portadores do vírus da sida com mais de 55 anos.

«Entre esta população, há 1.764 casos notificados e predomina a transmissão sexual entre heterossexuais - aquela que terá maior expansão epidémica, muito associada a comportamentos de risco», explicou a especialista, sublinhando que a transmissão do vírus através de relações heterossexuais representa 62 por cento do total de casos notificados.

«Este número tende a aumentar progressivamente, particularmente entre as mulheres, cujo número de casos tem vindo a acentuar-se em 2006 e 2007», acrescentou.

Não utilização de preservativo

Segundo o responsável Centro de Dia de Doenças Infecciosas do Centro Hospitalar de Cascais, José Vera, «os casos mais típicos entre os maiores de 55 têm a ver com pessoas que estão sós e que se infectam durante relações de curta duração ou com pessoas dentro de relacionamentos estáveis, mas em situação de infecção por contacto com outros parceiros. Nestes casos, como o relacionamento de risco é muito tabu e os primeiros sintomas podem surgir apenas oito ou dez anos após a contracção do HIV, o diagnóstico é tardio», explicou o especialista de Medicina Interna.

Segundo José Vera, a não utilização do preservativo deve-se sobretudo à rejeição da informação e ao receio de que o reconhecimento da doença leve ao confronto com a traição das relações extraconjugais.
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