Saúde: ERS diz que centros hospitalares melhoraram cuidados - TVI

Saúde: ERS diz que centros hospitalares melhoraram cuidados

Urgência

Conclusão é de um estudo da entidade reguladora

Os centros hospitalares vieram melhorar a acessibilidade e a qualidade dos cuidados prestados, e a racionalização e rentabilização dos recursos humanos e técnicos, mas mantêm-se dificuldades ao nível do acesso dos utentes e do pagamento aos fornecedores, noticia a Lusa.

As conclusões são da Entidade Reguladora da Saúde (ERS), que realizou um Estudo de Avaliação dos Centros Hospitalares (CH), com o objetivo de avaliar o seu impacto e o cumprimento dos objetivos de melhoria de gestão subjacentes à sua criação.

A ERS constatou que a criação dos CH se traduziram «na melhoria da acessibilidade e da qualidade dos cuidados prestados, na racionalização da gestão de recursos humanos e na complementaridade assistencial entre as unidades existentes».

Verificou ainda que houve uma rentabilização dos recursos técnicos e humanos, uma maior concentração dos meios complementares de diagnóstico, uma melhoria a nível da gestão pela obtenção de ganhos efetivos que resultam das economias de escala, uma reorganização dos serviços de apoio e das áreas de gestão e de logística e o desenvolvimento e inovação dos sistemas de informação.

Relativamente ao acesso aos cuidados de saúde, a ERS considerou que existe uma distribuição muito heterogénea de recursos humanos, com o número de médicos e enfermeiros por 1.000 habitantes inferior ao rácio nacional, o que revela uma «inadequada distribuição de profissionais de saúde no território nacional».

A proximidade também foi visada no estudo, que concluiu que o tempo médio de viagem a cada um dos estabelecimentos que integram os CH é inferior a 90 minutos, sendo necessário desenvolver as Redes de Referenciação Hospitalar, com definição explícita das áreas de abrangência.

Os CH apresentam uma tendência de crescimento da realização das primeiras consultas além dos tempos máximos de resposta garantidos, embora sejam ainda assim os que têm tempos de espera mais baixos (comparativamente com as outras unidades de saúde não incluídas em CH).

Assim, a ERS conclui que há «dificuldade de acesso dos utentes às primeiras consultas de especialidade, em tempo útil».

Contudo, refere que os CH apresentam uma diminuição do número de consultas fora dos tempos máximos de resposta garantidos, comparativamente com os outros hospitais, bem como percentagens mais baixas de tempo de espera relativamente às outras unidades de saúde.

Na avaliação da «variação dos custos», o regulador verificou que, relativamente ao número de doentes tratados em internamento e de consultas realizadas, há um aumento percentual da produção realizada em quase todas as valências.

Quanto à urgência geral, a variação do número de doentes atendidos após integração em CH aumentou 66 por cento, mantendo-se quase inalterado o custo.

No que respeita à análise financeira, houve entre 2008 e 2009 (período em análise no estudo) um aumento de 4% no total dos proveitos do grupo de CH.

Os custos com o pessoal aumentaram 5%, os consumos 7%, os fornecimentos e serviços externos 14%. No que diz respeito aos outros custos, houve uma diminuição de 3 por cento.

A ERS conclui ainda que o grupo de Centros Hospitalares apresenta «dificuldades em fazer face aos compromissos de curto e de longo prazo, bem como viu aumentado o prazo médio de pagamento e evidenciou uma diminuição da rendibilidade da atividade e dos capitais investidos».

Para o estudo, foram escolhidos 16 Centros Hospitalares, criados antes de 2008, e dois anos de análise (2008 e 2009). Este grupo foi escolhido por ter apresentado contas financeiras consolidadas e não ter sido objeto de alteração jurídica durante aquele período.
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