Instinto maternal é activado por zona do cérebro - TVI

Instinto maternal é activado por zona do cérebro

  • Portugal Diário
  • 27 fev 2008, 18:02

Cientistas identificaram região responsável pelo instinto de proteger crianças

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Investigadores da Universidade de Oxford, Reino Unido, afirmam ter localizado a região do cérebro que activa o desejo de proteger e cuidar das crianças, o chamado instinto maternal e paternal, revela um estudo divulgado esta quarta-feira.

Um grupo de pediatras, psiquiatras e neurologistas britânicos afirma ter localizado na área do cérebro conhecida como «córtex orbitofrontal medial» (localizada acima dos olhos) a região que é activada quando os adultos visionam as crianças, criando uma necessidade de as proteger e cuidar.

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A área cerebral em causa está ligada à região que trata do reconhecimento de rostos e é também uma peça-chave para o controlo das emoções, segundo os especialistas.

Além de contribuir para compreender os chamados instintos paternal e maternal, os investigadores afirmam que o estudo pode ser útil na identificação e tratamento da depressão pós-parto, sintoma que afecta cerca de 15 por cento das mulheres e três por cento dos homens nos países desenvolvidos.

Para medir a função que a região do cérebro em causa desenvolve nos instintos humanos, os cientistas analisaram a actividade cerebral de voluntários que, sentados diante de um monitor, tiveram de carregar num botão assim que uma imagem de uma cruz projectada mudava de cor.

Entre as imagens projectadas, também foram exibidas rapidamente fotos de adultos e crianças que os voluntários não conheciam.

O mapeamento cerebral instantâneo realizado evidenciou que, enquanto não havia qualquer reacção perante as imagens dos adultos, um grande estímulo cerebral era detectado quando os voluntários viam as fotos das crianças.

O afecto sentido pelas crianças e o instinto que leva a cuidar das crias tinha até agora uma explicação darwinista e outra etológica.

A primeira, de Charles Darwin, afirma que se trata de um instinto desenvolvido evolutivamente para assegurar a continuidade da espécie; a segunda, do prémio Nobel Konrad Lorenz, indica que a cara e as expressões das crianças representam estímulos que activam uma resposta imediata.

De acordo com os investigadores britânicos, a velocidade com a qual o córtex orbitofrontal medial dos voluntários era activado (um sétimo de segundo) quando visionavam as crianças, indica que a reacção não pode ter uma origem consciente ou cultural.

«Acreditamos que a resposta imediata nos leva a tratar crianças de maneira especial», considerou Morten Kringelbach, neurocientista e um dos principais autores do estudo, citado pela agência de notícias britânica Reuters.

«A resposta cerebral é tão rápida que temos quase a certeza absoluta de que não há controlo consciente sobre ela».
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