Marrocos: nove portugueses morrem em acidente de autocarro - TVI

Marrocos: nove portugueses morrem em acidente de autocarro

Caíram numa ravina em Ceuta

ACTUALIZADO ÀS 15:01

Nove portugueses morreram e 39 ficaram feridos quando o autocarro de turismo onde seguiam caiu numa ravina, em Ceuta, em território marroquino. O acidente ocorreu cerca das 6:30 portuguesas (7:30 locais)

A informação foi confirmada à TVI pelo secretário de Estado das Comunidades, que dá ainda conta de 25 feridos ligeiros que se encontram em Ceuta (Espanha), e 14 graves, entre os quais um em estado muito grave, «permanecem localmente».

Os dados apurados pelo tvi24.pt apontam que nos nove mortos oito são mulheres e um é um homem. O ferido grave é uma criança de 13 anos que chegou a estar presa no autocarro e só passadas duas horas foi retirada.

A polícia marroquina revela que os feridos estão a ser transportados para os hospitais de Tetouan, Fnideq e Mdiq (a 10 quilómetros de Ceuta). O condutor, de nacionalidade espanhola, tem ferimentos ligeiros, assim como o guia marroquino.

Três dos feridos estão a ser assistidos no hospital civil de Tetouan. «Recebemos três feridos, um foi atendido na reanimação, um segundo na radiologia e uma senhora que está a ser atendida nas urgências», disse à Lusa Taame Mohamed, chefe de urgências do Hospital Civil de Tetouan, localidade marroquina a cerca de 40 quilómetros de Ceuta. O responsável adiantou que os feridos estão estáveis, remetendo para mais tarde pormenores sobre a gravidade dos ferimentos.

Causas por apurar

Segundo o jornal «El Faro», o acidente com um autocarro que transportava 44 pessoas aconteceu em Castillejos (Fnideq), a primeira localidade do lado da fronteira marroquina, a cerca de sete quilómetros de Ceuta. Segundo os primeiros dados, o veículo pertence a uma empresa de Ceuta e juntamente com outros quatro autocarros realizavam uma excursão a Tetouan, aproveitando a paragem de seis horas do cruzeiro com 450 passageiros, procedente de Málaga.

O grupo tinha previsto embarcar esta noite no cruzeiro para viajar de regresso a Portugal. Estava a iniciar uma viagem de autocarro por Marrocos.

O ministro marroquino do Interior explicou que «havia muito nevoeiro e chuva fina. O autocarro deslizou e capotou para uma ravina», explicou em declarações à AFP, mas a agência de notícias marroquina (MAP) avança com a hipótese de excesso de velocidade.

Críticas

As autoridades marroquinas montaram um hospital de campanha junto do Paquete Funchal para socorrer os portugueses acidentados em Ceuta, disse hoje um português a bordo do cruzeiro, que faz duras críticas à assistência dada por Marrocos.

«Foi montado um hospital de campanha para dar assistência aos feridos. Neste momento, três horas depois do acidente, é que estão a chegar ambulâncias para levar feridos para o hospital», relatou à Agência Lusa Fernando Santos, que criticou o apoio dado pelas autoridades marroquinas.

«As autoridades não responderam de imediato e não há palavras para descrever o que aconteceu. Foi nota zero. É inadmissível o que foi feito. Faltou de tudo do lado marroquino», sublinhou.

O português viajava no autocarro que seguia atrás do que se despistou e causou a morte a sete portugueses.

«Ia no autocarro atrás do acidentado, cheguei ao local do acidente passados alguns segundos», disse o português, relatando que se seguiram momentos «surreais».

«Não havia ambulâncias. As pessoas, incluindo os feridos, foram transportadas de volta para o paquete nos autocarros. Foi um mau serviço das autoridades marroquinas», relatou.

Depois, foi montado o hospital de campanha e, pelas 11:00 (hora portuguesa), ainda estavam a chegar ambulâncias ao hospital de campanha para transportar os feridos para o hospital.
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