Açores: prejuízos no Porto Judeu são «muito avultados» - TVI

Açores: prejuízos no Porto Judeu são «muito avultados»

Mau tempo provocou o transbordo de uma ribeira

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O presidente do Governo Regional dos Açores visitou esta quinta-feira a freguesia do Porto Judeu, na ilha Terceira, uma das zonas mais afetadas pelo mau tempo na região, e salientou que os prejuízos são «muito avultados».

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«Se é certo que aqui, felizmente, não houve perda de vidas, o facto é que houve prejuízos muito avultados», frisou Vasco Cordeiro, em declarações aos jornalistas.

Por volta das 00:00 locais (01:00 em Lisboa), uma ribeira transbordou no centro da freguesia do Porto Judeu, no concelho de Angra do Heroísmo, provocando algumas inundações e danificando caminhos e viaturas.

Em São Miguel, no Faial da Terra, concelho da Povoação, um deslizamento de terra soterrou total ou parcialmente três casas e matou três pessoas.

No Porto Judeu, foram afetadas «aproximadamente quatro dezenas de casas», segundo Vasco Cordeiro, mas os prejuízos vão para além das necessidades de intervenção em habitações.

Três troços rodoviários estão ainda intransitáveis e assim deverão continuar, tendo em conta que a força das águas abriu o chão.

«É um cenário de devastação não apenas aqui na freguesia, mas nas zonas circundantes, com prejuízos em caminhos agrícolas, ao nível de pastagens, de produção agrícola», salientou o presidente do Governo Regional.

Segundo Vasco Cordeiro, «ainda não é possível contabilizar os danos», mas uma equipa do Laboratório Regional de Engenharia Civil (LREC) chegará esta sexta-feira à ilha Terceira para «fazer uma análise quanto à segurança de algumas das habitações».

Durante a tarde, a intensidade da chuva abrandou, o que permitiu que os trabalhos de limpeza fossem mais céleres.

Também os moradores arregaçaram mangas para limparem o rasto das inundações, como Cristina Matos, que reside na rua do Jogo da Bola, uma das mais afetadas.

Por volta da meia-noite, a água que corria pela ribeira que atravessa o centro da freguesia do Porto Judeu saltou para a estrada paralela, «em vez de seguir o seu curso».

«Só tivemos tempo de fugir com os carros para o quintal do vizinho», descreveu a moradora, acrescentando que um deles «já tinha água até aos bancos».

O rés do chão da casa de Cristina Matos ficou «todo inundado». O frigorífico e o fogão ficaram a «boiar», mas o casal ainda conseguiu salvar alguns móveis para o primeiro andar.

«Isto é uma calamidade. Não há rua», salientou a moradora, apontando para a via destruída.

Cristina Matos, que vive há dois anos no Porto Judeu, recordou que no ano passado a ribeira também transbordou e que os vizinhos lhe disseram que «há 50 anos que não viam tal coisa».
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