O maestro da Orquestra Metropolitana de Lisboa, Miguel Graça Moura, acusou esta quinta-feira o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Pedro Santana Lopes, de promover campanhas para a sua demissão.
Funcionários, estudantes e músicos da Orquestra fecharam a cadeado, pelas 14:00, as instalações da instituição, para exigir que o maestro se demita.
Apesar de não impedirem a saída do maestro do interior do edifício, caso Graça Moura saia, os manifestantes prometem bloquear futuramente a entrada nas instalações.
Três horas depois do início do protesto, já quando a PSP estava no local, o maestro falou aos jornalistas, dentro do edifício.
«Já ninguém tem dúvidas que quem está por trás de tudo isto é o presidente da Câmara Municipal de Lisboa», disse.
«Acuso o presidente da Câmara de Lisboa de usar métodos para não cumprir a lei», sublinhou.
Graça Moura adiantou que as instituições que suportam a Associação Música, Educação e Cultura (AMEC), a que pertence a Orquestra Metropolitana, devem 138 mil contos, o que daria «para pagar os salários até ao fim do ano».
Segundo o maestro, cabe ao município lisboeta uma dívida de 45 mil contos.
Questionado sobre se pretendia demitir-se, Graça Moura respondeu: «de maneira nenhuma e agora muito menos».
«Acho que devo ficar à frente desta instituição enquanto a maioria dos associados o quiserem», defendeu.
Para o responsável, o protesto de hoje consistiu numa «manipulação feita a inocentes».
O maestro frisou ainda que «se o Estado não pagar tem de responder em Tribunal por isso e o senhor Santana Lopes deve também ser responsabilizado».
«A maioria dos sócios desta casa apoiam-me», concluiu.
Maestro trancado na sede da Orquestra
- Portugal Diário
- 9 out 2005, 18:42
Graça Moura acusa Santana de promover campanhas para a sua demissão
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