“Um dia saberão os motivos todos e irão ver que nada tem a ver com o que dizem.”
Daniel Neves diz que “é mentira o que vem em alguns jornais”, referindo-se às alegações de que roubou a roupa da vítima ou de que o crime esteja relacionado com “inveja das raparigas”. “ Não sou nenhum monstro, não sou mau e quando o processo for público vão perceber isso”, escreve.
Na mesma carta, Daniel diz que, em 17 anos, “nunca teve uma vida fácil”. Diz ter saudades dos irmãos, “principalmente da Alicia, dos carinhos, de a ir buscar à escola e de todas as brincadeiras que tínhamos”. “Peço do fundo do coração a vergonha aos meus irmãos (Alicia, Guilherme e Daniela), mas acreditem que quando souberem a verdade irão me entender”, acrescentou.
Diz-se revoltado com a mãe: “A minha mãe esteve cá cerca de dez minutos e uma das questões mais importantes foi para mudar de advogada”. De acordo com o CM, Daniel já não autoriza as visitas da mãe no estabelecimento prisional de Leiria.
Daniel sublinha que não quer mudar de advogada: “Não vale a pena mais nenhum advogado telefonar, pois é com ela que quero ficar”. Diz que considera Teresa Manique, que o defende, “quase uma mãe”. “Ela tem-me dado roupa, objetos que fazem falta e já agora, carinhos”, escreveu.
O jovem agradece ainda “aos reclusos de Leiria e aos guardas (…) pela força que me dão todos os dias”. “Quero agradecer a todos os psicólogos e psiquiatras por me ajudarem”, acrescentou.