A maioria socialista na Câmara de Lisboa apresentou esta quarta-feira um novo plano de mobilidade para a Baixa que prevê que nenhum automóvel particular vindo da Avenida da Liberdade possa atravessar a Baixa para ir para nascente ou para poente, noticia a Lusa.
O «conceito» apresentado pelo presidente da Câmara, António Costa, supõe «um corte na ligação da Baixa à frente ribeirinha» para tráfego automóvel, à excepção dos transportes públicos, mas foi posto em causa pela oposição e a sua discussão adiada para a próxima reunião de Câmara.
De acordo com a ideia da maioria, os automóveis particulares só poderão ir na direcção Santa Apolónia-Cais do Sodré/Alcântara e vice-versa pela Ribeira das Naus e o estacionamento na zona ficará exclusivamente reservado a moradores e comerciantes, devendo ser construídos novos parques subterrâneos no Campo das Cebolas e junto ao edifício das agências internacionais, ao Cais do Sodré.
Todo o trânsito particular que chegue à Baixa proveniente de Norte, do Rossio ou do Marquês de Pombal, terá que voltar para trás quando chegar ao último quarteirão da Rua do Ouro, prevê o novo «conceito».
A ideia, defendeu António Costa, é «alargar o espaço para peões e bicicletas» na zona ribeirinha e no Terreiro do Paço, que passa a ficar com duas vias que ladeiam a praça (a nascente e poente) completamente livres de trânsito.
O autarca afirmou que os percursos de eléctrico mantêm-se tal como estão, considerando que a solução hoje apresentada é a melhor para evitar o tráfego de atravessamento dos quarteirões da Baixa.
Helena Roseta, vereadora do movimento Cidadãos por Lisboa, frisou que há «interesses contraditórios que é preciso discutir com moradores e cidadãos», manifestando por outro lado preocupação pelos «35 mil carros por dia» que entrarão em Lisboa com a opção rodoviária na terceira ponte sobre o Tejo.
Museu da Moda aprovado
A Câmara de Lisboa aprovou também 39 processos urbanísticos para a Baixa Chiado, incluindo o projecto de arquitectura do Museu da Moda e do Design e da Loja do Cidadão.
Os processos referiam-se a 171 fogos, 35 mil metros quadrados de comércio, 25 mil metros quadrados de serviços e um hotel com 50 quartos, afirmou o vereador do Urbanismo, Manuel Salgado (PS) na conferência de imprensa que se seguiu à reunião do executivo municipal.
A área da Baixa estava «bloqueada há 14 anos no PDM (Plano Director Municipal)», tendo as medidas preventivas publicadas a semana passada em Diário da República permitido a aprovação destes processos.
Costa quer acabar com carros particulares na Baixa
- Redação
- CLC
- 17 dez 2008, 23:16
Nenhum automóvel particular vindo da Avenida da Liberdade vai poder passar
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