Portugueses acreditam que a corrupção está pior e os partidos são líderes - TVI

Portugueses acreditam que a corrupção está pior e os partidos são líderes

Dados do Barómetro Global da Corrupção 2010 revelam que cidadãos não acreditam no combate ao fenómeno

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Mais de 80 por cento dos portugueses considera que a corrupção está pior em Portugal desde 2007. Também 80 por cento acreditam que os mais suspeitos são os partidos políticos, logo seguidos pelo Parlamento, com 60 por cento, e polícia com 59 por cento.

A luta contra a corrupção também não está bem vista aos olhos dos cidadãos nacionais: 75% classificam como ineficaz o combate por parte do Governo, segundo informa o Diário de Notícias.

Os dados surgem no Barómetro Global da Corrupção 2010, uma sondagem mundial que hoje, Dia Internacional de Combate contra a Corrupção, é divulgada pela Transparency International. A instituição inquiriu mais de 91 mil pessoas em 86 países e territórios.

«Este agravamento das percepções domésticas sobre corrupção resulta, por um lado, de uma maior e mais frequente exposição mediática de escândalos de corrupção envolvendo líderes políticos e altas figuras do sector financeiro e, por outro lado, de uma perceptível ineficácia do combate à corrupção», explica Luís de Sousa, presidente da Transparência e Integridade (TIAC), Ponto de Contacto da Transparency International em Portugal, citado pelo mesmo jornal.

Segundo o barómetro, 3% dos inquiridos portugueses afirmam ter pago um suborno nos últimos 12 meses. Um valor pouco significativo se comparado com outros países da Europa e que leva o mesmo responsável a considerar que em Portugal a «cunha» é uma forma bem mais comum de corrupção do que o suborno.

Por outro lado, são cada vez mais os portugueses (sete em cada dez) que consideram ineficaz a luta contra a corrupção por parte do Governo, passando de 64% em 2007 para 75% em 2010. Segundo a Transparency International, o aumento do sentimento da existência de corrupção e a ineficácia do seu combate reforçam a tendência de declínio de Portugal no Índice de Percepção da Corrupção (IPC) verificada nos últimos anos.

Uma queda que tem também expressão no número de condenados em Portugal por crimes de colarinho branco. Segundo o jornal Público, o na última década foram aplicadas 50 penas de prisão efectiva aos 549 condenados por crimes de corrupção nos tribunais de primeira instância. Os dados do Ministério da Justiça, que se reportam a 2000-2009, não permitem perceber se os arguidos chegaram a cumprir alguma pena, já que normalmente recorrem para os tribunais superiores que, por vezes, alteram a decisão. Mas permitem concluir que a grande maioria das condenações é de pena suspensa.
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