Tornado: criança de sete anos continua internada - TVI

Tornado: criança de sete anos continua internada

É o único ferido hospitalizado do tornado

Uma criança de sete anos, que frequenta o jardim escola João de Deus, mantém-se internada no hospital de Abrantes, sendo o único ferido hospitalizado do tornado que na terça-feira atingiu o concelho.

Segundo o médico Mário Formiga, chefe da equipa de ortopedia hoje naquela unidade do Centro Hospitalar do Médio Tejo, a criança, que tinha uma «fractura na perna», foi operada na terça-feira, encontrando-se «bem e estável».

Segundo o ortopedista, a alta hospitalar «depende da evolução» da criança, admitindo que dentro de «quatro ou cinco dias» a menina possa regressar a casa.

O jardim escola João de Deus, destruído pelo tornado que na terça-feira atingiu o concelho de Tomar, vai retomar o funcionamento em instalações provisórias na próxima semana, disse hoje à agência Lusa a directora do estabelecimento.

Segundo Alzira Peralta, na quinta e na sexta-feira, as cerca de 140 crianças do pré-escolar e do 1.º ciclo vão ficar sem aulas e, na próxima semana, a escola reabre «provavelmente no ex-colégio D. Nuno Álvares Pereira».

Hoje, no local, dezenas de pessoas, entre os quais se encontram encarregados de educação, procedem à remoção dos escombros e também do equipamento que escapou à intempérie.

A rua desta escola, às portas de Tomar, está transformada num verdadeiro estaleiro. Casa após casa, moradores com a ajuda de familiares e amigos, arranjam telhados e retiram o material que o tornado projectou para o interior das habitações, perante o olhar curioso de muitas pessoas.

Nuno Franco, pai de duas crianças que frequentam o jardim escola e que escaparam ilesos ao tornado, disse acreditar que se trata de um «milagre».

«São Pedro chateou, mas foi Deus que salvou as crianças», disse, expressando ainda surpresa como as crianças, na generalidade, nada sofreram em termos físicos, mas acreditando que as mazelas psicológicas possam perdurar.

Antes dos meios de socorro haveria de chegar Jorge Quartau, morador na mesma rua, a escassos metros da escola, como outros vizinhos. À agência Lusa descreveu o momento que se seguiu ao tornado naquela estrada: «silêncio de morte». «Sabe o que é chegar a um jardim-de-infância e estar tudo em silêncio?», perguntou, acrescentando: «Não se ouvia criança nada, nenhuma criança».

Depois de desobstruir a entrada do jardim-escola, o susto deu lugar à tranquilidade: «Sai uma educadora e depois as crianças, com calma. Estavam assustadas e feridas, com escoriações, apenas», declarou, adiantando que cerca de 20 crianças acabaram por ir para sua casa e outros alunos para residências de vizinhos.
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