Justiça: as diferenças entre EUA e Portugal

Os portugueses conhecem o sistema de justiça americano daquilo que vêem sobretudo nos filmes e nas séries. O modelo norte-americano é muito diferente de Portugal: nos métodos e também nos prazos, como acaba de se perceber por exemplo e mais uma vez neste caso de Strauss-Kahn.

Nova Iorque. Dominique Strauss-Kahn está acusado de tentativa de violação a uma empregada de hotel. No Porto o Tribunal da Relação absolveu um psiquiatra acusado de violar a paciente grávida de 34 semanas. Ficou provado que o médico agarrou a vítima e que a empurrou para o sofá, mas os juízes concluíram que não houve violência e sem violência não há crime de violação.

O senhor FMI é detido no próprio dia e em menos de uma semana já conhece a acusação. No Porto, o psiquiatra é detido três meses depois é libertado: a acusação surge quatro meses após os factos.

O julgamento de Strauss-Kahn deve acontecer nas próximas semanas, arrisca 74 anos de prisão ou não o acusado pode negociar a pena à margem do tribunal.

Strauss-Kahn pagou uma caução milionária para sair em libertado. No Porto, o médico foi condenado a cinco anos de prisão suspensa dez meses após os factos e absolvido em sede de recurso. Nove meses depois o Ministério Público recorreu para o Supremo Tribunal de Justiça, as medidas de coacção cessaram o psiquiatra já pode reabrir o consultório.