Noite Branca: arguidos recusaram falar - TVI

Noite Branca: arguidos recusaram falar

Em julgamento está o homicídio do empresário Aurélio Palha, dono da discoteca Chic

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Os alegados co-autores do homicídio do empresário Aurélio Palha optaram pelo silêncio, na primeira audiência do seu julgamento, mas alguns admitiram falar posteriormente.

Os principais acusados neste processo do dossiê «Noite Branca», relacionado com a espiral de violência de 2007 no Porto, são Bruno Pinto (Pidá) e Mauro Santos, que, logo no início do julgamento, declararam que não queriam falar, sem precisar se interromperiam o silêncio mais tarde.

Ambos já cumprem penas próximas do máximo permitido (25 anos), por envolvimento no homicídio do segurança Ilídio Correia.

Três outros arguidos, Miguel Silva («Palavrinhas»), Augusto Soares e Tiago Nogueira («Chibanga»). foram mais claros, admitindo poder quebrar o silêncio mais tarde.

Já o arguido Ângelo Ferreira («Tiné») começou por manifestar a intenção de prestar depoimento, mas, depois de conferenciar brevemente com o seu advogado, emendou, admitindo apenas fazê-lo numa fase posterior.

Em declarações à agência Lusa, Brito Ventura, o novo advogado de Mauro Santos, considerado o número dois do processo «Noite Branca», explicou a sua estratégia, referindo que «cabe ao Ministério Público o ónus de fazer a prova» e às defesas incumbe atacar as «vulnerabilidades» que for detectando.

Brito Ventura admitiu ainda que a pressão mediática «não deixará de pesar» contra o seu cliente e os outros cinco acusados pela morte do empresário Aurélio Palha.

O caso do homicídio consumado daquele empresário e do homicídio tentado do segurança Alberto Ferreira começou hoje a ser julgado no Palácio da Justiça do Porto, por um colectivo de juízes da 2.ª Vara Criminal daquela comarca, sob fortes medidas de segurança.

A marcar a sessão de hoje ficou a decisão do colectivos de juízes presidido por Ana Paula Oliveira de não ler, em sede de julgamento, um testemunho tido como fulcral para deslindar o caso.

Trata-se do depoimento prestado perante a Polícia Judiciária pelo segurança Alberto Ferreira («Berto Maluco»), que conversava com Aurélio Palha, nas imediações da discoteca Chic, no momento em que o empresário foi atingido a tiro a partir de um carro em andamento.

Nesse testemunho, Alberto Ferreira declarava que vira dois dos arguidos (Bruno Pinto «Pidá» e Mauro Santos, para além de um terceiro não identificado) no interior do carro de onde partiram os disparos.

A declaração é irrecuperável, porque Alberto Ferreira escapou dessa vez à morte, mas veio a ser abatido junto à sua residência, em Gaia, em Dezembro seguinte, num caso que fica sem culpados, uma vez que o Ministério Público arquivou o processo. O julgamento prossegue dias 23 e 30.
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