Reportagem: como Vale e Azevedo os enganou - TVI

Reportagem: como Vale e Azevedo os enganou

Ex-presidente do Benfica burlou a justiça e as finanças apresentando cauções falsas para se manter em liberdade

Relacionados
João Vale e Azevedo tem em Portugal mais de 30 credores da empresa V&A Capital Limited, que criou em Londres, tendo enganado mesmo a justiça e as finanças, ao apresentar em tribunal várias cauções que a Polícia Judiciária descobriu serem falsas.

Constantino Mendes, foi apoiante de Vale nas eleições do Benfica e é um destes credores. «Enganou-me apresentando-me um bom investimento e eu fui na conversa dele», contou à TVI. Investiu um total de 80 mil euros e nunca viu um cêntimo de volta.

Vale e Azevedo deixou de lhe atender o telefone. «É chocante como aquele homem que diz que está na miséria tem uma vida daquelas», acrescentou.

O médico José Maria Tallon também foi burlado. Conheceu o ex-presidente do Benfica na prisão da PJ e acabou por dar-lhe 100 mil euros mais tarde. «Eu acredito de todos os seres humanos, mas acredito uma vez, não acredito mais. Ele queria compensar-me pelo apoio que lhe dei na prisão. Em vez de comprar ações, meteu o dinheiro no bolso, o que demonstra que é burro, porque se ele tivesse comprado as ações havia dinheiro para nós e para ele».

Pragal Colaço, advogado de Dantas da Cunha, outra das vítimas, diz que «a história é sempre a mesma»: «Ele tem uma empresa, diz que vai investir nos biocombustíveis, energias renováveis e não sei quê. E depois diz que precisa que comprem parte das ações para ter dinheiro para investir».

Entre os credores há primos, um cunhado e um irmão. Há mais de 4 anos que a justiça inglesa tenta extraditá-lo porque faltam cumprir 5 anos e 6 meses de cadeia. No entanto, até erros da própria justiça o têm ajudado, como folhas na ordem incorreta.

Vale e Azevedo burlou juízes e até as finanças com cauções que agora a PJ está a provar serem falsas. Num relatório a que a TVI teve acesso, lê-se que as cauções para aguardar julgamento em liberdade de vários processos não são verdadeiras.



O ex-presidente do Benfica usou uma empresa para garantir cauções de mais de três milhões, falsificando documentos e assinaturas.
Continue a ler esta notícia

Relacionados