PT acusa CMVM de parcialidade - TVI

PT acusa CMVM de parcialidade

Sonae e PT

A administração da Portugal Telecom (PT) acusa a CMVM de ser parcial no tratamento da informação sobre o fundo de pensões da operadora, que tem sido uma das «armas» usadas pela Sonae na «batalha» da OPA.

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Fonte da PT disse que «a CMVM está a tratar de forma desigual a PT nesta temática de fundo», adianta o «Diário Económico». Em causa está um requerimento enviado pela operadora ao regulador do mercado, a 30 de Novembro de 2006.

A administração pedia a divulgação do estudo da PricewaterhouseCoopers sobre o fundo de pensões encomendado pela Sonae, mas a PT, até à data, não recebeu qualquer resposta da CMVM.

«A CMVM não podia ter ignorado o nosso pedido. Se a questão estivesse esclarecida, e as conclusões do estudo fossem públicas, não daria azo a que a Sonae usasse o mesmo para manipular o mercado», acrescentou a fonte da PT.

Contactada fonte da CMVM afirmou que a resposta seguiu ontem por carta, mas que o regulador entendeu não exigir a prestação de qualquer informação adicional por parte da Sonaecom em relação a esta matéria.

Fontes próximas do processo consideram no entanto que os cálculos mais detalhados que levaram a Sonae a apontar para um défice superior no fundo de pensões possa vir a constar no prospecto final da operação a registar na CMVM.

A administração da PT considera que a forma como o fundo de pensões tem vindo a ser gerido não levanta dúvidas nem maquilha os números. A Sonae escusou-se inicialmente a pronunciar-se sobre o fundo de pensões, alegando desconhecimento dos números, mas em conversas que teve com analistas internacionais e investidores, Paulo Azevedo, presidente da empresa, referiu temer que o défice do fundo pudesse ser superior às expectativas iniciais da Sonaecom em cerca de mil milhões de euros, segundo uma nota de «research» do banco alemão WestLB

A falta de conhecimento das conclusões do estudo leva a que, no entendimento da fonte da PT, seja conhecido apenas aquilo que interessa a uma das partes, o que «afecta o preço e põe em causa a segurança e certeza da operação».

No requerimento enviado à CMVM a PT chamava a atenção para o facto de a Sonaecom estar a utilizar o défice do fundo de pensões como uma das justificações para não subir o preço oferecido pelas acções na OPA.
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