Rui Borges, treinador do Sporting, em declarações na conferência de imprensa após o empate com a Juventus em Turim na quarta jornada da fase de liga da Champions:
Análise global ao jogo
«Na primeira parte tivemos capacidade, inspiração e qualidade em termos de jogo posicional no processo ofensivo. No processo defensivo também fomos conseguindo anular, à vezes com maior dificuldade, mas jogámos contra uma grande equipa. Na segunda parte faltou-nos um pouco mais de inspiração para controlar melhor o jogo com bola, mas tivemos compromisso e atitude competitiva, que era o que o jogo também pedia. Foi um jogo difícil, num campo difícil e com uma equipa com qualidade que ainda não perdeu em casa esta época. Sabíamos de todas as dificuldades que teríamos. Foi um jogo muito competitivo e intenso. Um grande jogo de Champions em que a equipa deu uma grande resposta. Se queremos andar entre os melhores, temos de ter esta capacidade, humildade e coragem que tivemos ao longo do tempo com e sem bola.»
Sobre a superioridade estatística da Juventus
«Não jogámos contra uma equipa qualquer. Jogámos contra uma grande equipa em sua casa, onde ainda ninguém ganhou esta época. Tivemos muita qualidade na primeira parte. Fizemos o 1-0 e podíamos ter feito o 2-0 logo a seguir pelo Trincão com uma bola na barra. Não temos tantos remates como no nosso campeonato, mas a exigência também é muito maior. Eles tiveram alguma superioridade na segunda parte, nós tivemos alguma posse, mas pouco objetiva. E fomos perdendo alguma frescura e isso notava-se nas tomadas de decisão que nos deixaram mais expostos a transições. Andámos mais vezes em transições na segunda parte e não queríamos entrar nesse jogo. Faltou alguma frescura física e mental que levou a que a Juventus estivesse um bocadinho mais por cima na segunda parte, mas o real perigo da Juventus também foi nestes últimos cinco minutos. Uma grande defesa do Rui Silva que nos dá o ponto e outro lance na área. Até aí estávamos competitivos: o Ousmane Diomande fez um grande jogo e o Inácio e o Maxi também.
Não estivemos tão bem no processo ofensivo e temos de crescer aí quando a exigência é maior. O desafio é conseguirmos ser constantes na nossa qualidade de jogo durante mais tempo com estas grandes equipas. No nosso campeonato temos tido essa capacidade, mas aqui a exigência é maior. E a equipa percebeu isso. Foi um grande jogo.»
Sobre um momento de fair-play com Francisco Conceição, que ajudou a levantar-se. Fê-lo porque é português?
«Seria com qualquer um, mas acabamos por ter um carinho diferente com alguém do nosso país. É um miúdo reconhecido pela sua qualidade e competitividade e que aprendemos a olhar e a respeitar por tudo o que tem conseguido ao longo do seu trajeto. Também já passou pelo Sporting e também por isso o carinho é grande, mas tê-lo-ia feito com qualquer jogador da Juventus.»