Amorim: «Não foi um jogo bonito porque também não deu» - TVI

Amorim: «Não foi um jogo bonito porque também não deu»

Sporting-Casa Pia, 2-0 (reportagem)

Ruben Amorim, treinador do Sporting, em declarações aos jornalistas apósmo jogo com o Casa Pia no Estádio José Alvalade:

[Sobre a estratégia do Casa Pia e 50 jogos seguidos a marcar na Liga. Só o tinha conseguido na década de 30 do século passado]

«Fomos evoluindo ao longo das épocas em números de golos. Isso é importante. Conseguimos ganhar o primeiro campeonato a defender melhor e a sofrer poucos golos. Não marcámos assim tantos e fomos evoluindo. Tem a ver com o processo e com a qualidade dos jogadores. Foi isso que nos permitiu marcar durante tantos jogos.

Estratégia? Temos de estar preparados para tudo. Dificultou-nos muito. É muito difícil. A cada cruzamento não tínhamos vantagem, mesmo com dois jogadores de área e sabendo que a melhor característica deles não é o jogo de cabeça. Deixámos o Dani [Bragança] mais solto para ele não ter uma referência e isso ajudou. O Trincão esteve muito bem e pareceu-me o jogador mais fresco da equipa. O Geny tentou empurrar, mas com tanta gente é difícil.

Por um lado, isso dificultou-nos muito, mas por outro ajudou-nos muito. Os nossos centrais, o Inácio e o Quaresma, estavam claramente em dificuldades físicas, mas não tiveram grande trabalho e isso ajudou-nos bastante.

Ninguém fica satisfeito por ver um jogo assim, obviamente os adeptos, mas são estratégias e eu entendo a diferença. Olhar para o lado positivo disso: os meus centrais não foram expostos a grandes momentos de velocidade, o que dificultaria mais o jogo.

Estamos preparados para blocos baixos, linhas de seis são difíceis de tirar, ainda por cima com centrais fortes de cabeça. Temos de arranjar maneiras de marcar golos e foi isso que aconteceu, na inspiração deles, no caso do Trincão, que desbloqueou o jogo e tornou-o depois muito difícil para o Casa Pia.»

«A estratégia [contra adversários de bloco mais baixo] vai ser muito por aí [n.d.r.: meter sangue fresco durante o jogo], no desgaste dos adversários. (…) Vai ser a estratégia de sempre e contar que, com tantos jogadores de qualidade, alguém vai estar inspirado e resolver o problema.»

[Foi melhor o resultado do que a exibição? Notou cansaço acumulado na equipa? Sente que ela cumpriu por vencer, não sofrer golos e pelo Gyökeres ter voltado a marcar?]

«Acho que cumpriu claramente. Um jogo muito difícil. Não digo que o resultado foi melhor do que exibição porque tivemos mais oportunidades para fazer golo. Não foi um jogo tão bonito, porque também não deu, porque uma linha de seis com quatro dificulta muito. Também senti alguma falta de energia. O Quaresma teve uma lesão, recuperou muito rápido, e teve de entrar em Eindhoven. Sente quando há muitos jogadores a fazer muitos jogos seguidos. Eu também senti a equipa um bocadinho desgastada, mas cumprimos e fomos claramente superiores, não há dúvida nenhuma. Tentámos bater contra toda aquela gente. Mexemos muito, os jogadores procuraram muito, o Conrad Harder foi sacrificado quando até não estava a jogar, mas tivemos de procurar outras estratégias. A exibição foi a possível para o desgaste que tínhamos. Controlámos bem o jogo.»

[Sobre Conrad Harder de início e a entrada de Morita ao intervalo]

«Precisamos de jogadores frescos. Contra o AVS também jogámos contra um bloco de 5x4x1. Estávamos à espera disso, mas na verdade foram seis e fecharam muito aquele lado. Eles cortavam as bolas todas nos cruzamentos, onde também podemos melhorar. O Conrad ia ao meio da baliza e não ia tanto ao segundo poste. O Paulinho era diferente nesse aspeto porque conhece melhor o jogo. (…) A ideia foi ter jogadores fortes na frente com sangue fresco, assim com o Maxi Araújo.

Morita? Ao vermos a linha de seis, não interessa se é médio ou avançado, mas sim as características. E o Morita sente-se muito bem entrelinhas. Juntou-se ali com o Daniel Bragança e tentámos fazer as nossas tabelas e etc. Acho que conseguimos. Não foi um jogo bonito de se ver, mas tentámos o possível e merecemos a vitória.»

[Harder procurou demasiado a baliza em vez do espaço? Foi também por isso que o tirou?]

«Não saiu por isso. Mas notou-se: ele tem muita fome, quer marcar, não tem jogado tanto, cada vez que a bola está ali à frente da área, ele quer rematar. Há dias em que corre bem e no outro dia fez um golo no primeiro remate. Mas não foi essa a razão. Foram simplesmente as características. (…) Não foi porque ele remata muito, porque isso é uma característica boa nestes jogos.»

[Israel é o dono da baliza?]

«O dono é o que estiver a jogar. Nota-se muito a maturidade no Franco. Ele, o Vlad [Kovacevic] eo Callai estão preparados. Ele está a jogar, fez por merecer e está no lugar dele neste momento.»

[Vai descansado para esta pausa?]

«Muito descansado não vou. Temos muitos jogadores com problemas físicos. Vamos tentar recuperá-los. Vamos ter uma sequência ainda mais difícil do que esta e vamos precisar de todos os jogadores.»

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