«Se estou a partir corações? Principalmente o meu, mas sou eu que decido» - TVI

«Se estou a partir corações? Principalmente o meu, mas sou eu que decido»

Sem o confirmar de forma taxativa, Ruben Amorim deixa pistas sobre o iminente adeus ao Sporting. Admite que «todos os treinadores» precisam de sair da zona de conforto, e que ele não é exceção, garante que a «novela» está a terminar e confessa que tem sido difícil focar-se nos jogos

No quarto dia da «novela Manchester United», Ruben Amorim ainda não confirmou a saída do Sporting para os Red Devils. O ainda treinador dos leões garantiu que nesta sexta-feira falará abertamente sobre o assunto, mas, ainda que por meias-palavras, deu a entender que a ligação ao clube de Alvalade está mesmo a chegar ao fim, garantindo que a «novela» (palavras do próprio) está nos últimos capítilos

«Se o desejo de sair a bem será cumprido? Será cumprido, sem dúvida nenhuma», disparou para acrescentar depois de um breve momento de silêncio: «Será cumprido, se sair...», pontuou, arrancando sorrisos numa sala de imprensa da academia de Alcochete repleta de jornalistas portugueses e britânicos.

Ruben Amorim foi também questionado sobre se tinha consciência de que estava a partir corações, como o de um adepto de provecta idade entrevistado pela SIC que não escondeu a emoção após ser confrontado com a iminente saída para o futebol inglês. «Principalmente também o meu, mas sou eu que decido. Portanto, o que se passa comigo não é comparável ao que se passa com outras pessoas porque sou eu que decido o meu futuro. Sei que é difícil para toda a gente», referiu, garantindo por mais do que uma vez que após o jogo desta sexta-feira vai esclarecer tudo o que tiver de ser esclarecido.

«O que será?!», reagiu a uma questão sobre o porquê do incómodo denotado sobretudo na conversa com os jornalistas na terça-feira logo a seguir ao jogo com o Nacional da Taça da Liga.

«O nervosimo também passa por aí», acrescentou. «A situação é muito difícil. Quando não sei o que se pode dizer a certa altura, torna tudo mais difícil. Quando sou muito directo é muito mais fácil. A incerteza cria-me muita dificuldade e tenho problemas de comunicação como qualquer treinador. Mas diria que sinto mais cansaço. O que me deixa mais nervoso é muito claro, toda a situação em si. Tudo à volta deixa-me bastante nervoso, é difícil focar-me nos jogos, mas estou a fazê-lo mais.  Está a acabar a novela, digamos assim. É óbvio o que me deixa mais nervoso: o facto de não saber o que dizer ou não poder ser tão claro cria-me bastante dificuldade.»

Ruben Amorim considerou ainda que sair da zona de conforto é algo importante. «Acho que todos os treinadores precisam disso. (...) Acho que na vida de toda a gente, e na vossa [jornalistas] também, há fases em que estamos muito bem na vida mas falta-nos qualquer coisa ou queremos qualquer coisa ou provar qualquer coisa e temos de dar um passo em frente em coisas que nos desestabilizam, que não sabemos se vai funcionar ou não, se estamos ou não a estragar o que temos de bom, mas acho que todos sentem isso. Vocês na vossa vida e os treinadores passam pelo mesmo», rematou, garantindo que a iminente saída de Alvalade não está relacionada com questões financeiras: «Temos aqui muito boas condições. Há seis anos estávamos no Casa Pia e praticamente pagávamos para trabalhar. Não são razões monetárias.»

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